Antes de qualquer coisa, devemos compreender o valor da mente humana. Deus nos deu uma mente brilhante, preparada para adquirirmos conhecimento. Desde o nascimento, somos capazes de assimilar tudo o que está ao nosso redor. Somos como esponjas, absorvendo conceitos e valores – que serão bons ou ruins, de acordo com a educação que recebemos. O livro de Provérbios, que é o livro da sabedoria de Deus, diz: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Provérbios 22.6). Infelizmente, muitos pais têm falhado exatamente nesse ponto. A corrida imposta pela vida, o egoísmo exagerado e a falta de respeito com o próximo têm levado muitas pessoas a pôr olhos no mundo sem a preocupação com sua criação, transferindo essa responsabilidade para outros.
O problema é que os jovens têm sido criados pela “babá eletrônica” chamada televisão, pelos amigos das redes sociais ou por amigos da escola, sendo literalmente “malcriados”. As consequências disso, certamente, aparecerão ao longo da vida. Há um ditado antigo que diz: “Mente vazia é oficina do diabo”.
Gordon McDonald, em seu livro Ponha em ordem o seu mundo interior, fala sobre o alto preço que se paga pela preguiça mental. Ou seja, nos tornamos dependentes de ideias e opiniões de outros, sem ter uma opinião própria sobre nada. E a capacidade crítica se desenvolve em especial pela leitura. Devemos motivar a juventude a cultivar o hábito de ler e os pais devem ser os primeiros a dar o exemplo.
Infelizmente, em nossos dias, até a leitura da Bíblia, para alguns, é difícil. Imagine, então, dominar temas mais abrangentes da sociedade. A questão é que não podemos nos conformar com essa situação, como afirma o texto de Romanos 12.1,2. Temos de buscar a renovação da nossa mente, pois, assim, certamente, pensaremos melhor. Quem aprende a pensar de modo organizado vive melhor. Deus gosta de “decência e ordem”. Porém, o maior de todos os problemas que envolvem a mente é que o jovem cristão que não pensa está sendo perigosamente absorvido pela cultura que o cerca. E, pior, ele não está se dando conta disso. Assim, por incrível que pareça, é possível que um cristão de nossos dias declare seu amor incondicional a Jesus, mas, na prática, as suas obras o neguem visivelmente. Temos de nos posicionar e acreditar que é possível virarmos esse jogo para o bem da nossa família, da Igreja e da sociedade em que vivemos.
Um dos conceitos mais fabulosos que a Bíblia aborda é a mente de Deus. É claro que o imenso universo criado por Ele fala por si mesmo, mostrando toda a sua grandeza e perfeição absoluta. Mas a mente de Deus nos revela, sobretudo, acerca de sua personalidade, nos mostrando quem Ele é por meio de pensamentos e desejos – que precisamos compreender para desfrutar de sua companhia constante. Não podemos esquecer o que disse Jesus: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele” (João 14.23).
No início de tudo, o primeiro homem, Adão, desfrutava de uma comunhão admirável com o Criador. Ao final de cada dia o Senhor o procurava para trocar ideias, o que sem dúvida era um “happy hour” perfeito. Mas, infelizmente, nesse mesmo versículo, o homem pela primeira vez se esconde de Deus. O que aconteceu? Qual era o problema entre eles? Deus não muda, mas a atitude errada do homem, chamada de pecado pela Bíblia, ou seja, a sua desobediência, distorceu a sua maneira de pensar. Deus viu “que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal” (Gênesis 6.5). A mente do homem agora era passível de acusação e essa degeneração interferiu especialmente em sua relação com Deus, mas também com o seu próximo. O resultado disso foi que o homem se tornou carnal, causando profunda tristeza no coração de Deus. Mas como a misericórdia do Senhor é grande, a partir de Abraão Deus escreveu uma nova história com a humanidade. A Lei do Senhor foi revelada a um povo escolhido e por intermédio desse povo veio o Salvador. O próprio Deus habitou entre nós. Jesus é a expressão exata do Ser de Deus e Ele nos trouxe a graça e a verdade.
Desse modo, seguir hoje ao Senhor é um privilégio para os que têm um novo coração, mas que também aprendem a servi-lo “de todo o entendimento”. Essa é a percepção que por meio do discipulado adquirimos e que nos faz amar a nova vida em Cristo.
O jovem cristão que constrói a sua vida na rocha, que é Cristo, estará seguro diante dos perigos que acompanham o viver diário de qualquer um neste mundo. Mas aquele que despreza o Criador e não dá atenção para os seus pensamentos é comparado a um desajuizado, que não aguentará os dias das crises.
A insensatez não é falta de inteligência, mas é a rebelião ativa contra a verdade e a ordem que vem de Deus. Em Cristo, podemos viver com uma mente renovada pela Palavra de Deus. Ele prometeu: “Porei minhas leis em sua mente e as escreverei em seu coração” (Hebreus 8.10b).
Portanto, ao refletirmos juntos neste texto sobre as influências do mundo moderno no pensamento dos jovens, devemos, acima de tudo, reconhecer a nossa necessidade de conversão absoluta aos pensamentos de Deus. “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos (Isaías 55.8).
Lauremir Lopes, pastor titular da Igreja Cristã Nova Vida de Itaboraí-RJ
Trecho do livro “Você não me entende!”, lançado pela Editora Anno Domini em 2011. Nele, o leitor encontrará outros temas relacionados ao universo jovem, tais como consumismo, os tipos de relacionamento do século XXI e a escolha da carreira profissional. Em cada assunto, o papel dos pais na formação do jovem também é abordado, sempre sob o ponto de vista das Escrituras Sagradas. Além de Lauremir Lopes, outros pastores da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida também foram responsáveis por produzir o conteúdo da publicação. Clique aqui e saiba mais!