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Um momento para o meu horário político

Estamos, lamentavelmente, em mais um ano eleitoral. Novamente encenaremos a paródia de democracia que assola o mundo “livre”. Teremos de votar para escolher aqueles que vão legislar, movidos pelo que for, à nossa revelia. Sim, pois, uma vez eleitos, nunca mais nos darão a menor atenção – exceto em atitudes voltadas para conquistar votos em eleições futuras. Seus acordos a portas fechadas serão selados, frequentemente para beneficiá-los. Seus acréscimos salariais, sob a rubrica de despesas necessárias ao desempenho de seus cargos, multiplicarão a sua renda e o seu patrimônio, como já vimos inúmeras vezes. Ouviremos a expressão “neste eu confio” ad infinitum. Mas ninguém confia e sabemos disso. Sob o pretexto de causas nobres, vão oprimir liberdades frágeis e quase inexistentes dos cidadãos de bem. A multidão de escândalos prova que espírito público é um engodo que tentam ressuscitar a cada ano eleitoral. Mas é pretexto somente.

Cansamos, é claro, das campanhas, dos trios elétricos com mais um sambinha rimado e tão típico. Cansamos dos galhardetes decorados com a foto do candidato e o seu padrinho – ou madrinha – político. Cansamos do horário eleitoral gratuito que, misericordiosamente, as emissoras de TV avisam exatamente quanto tempo vai durar para que possamos beber água e esticar as pernas. Cansamos de ver CPI após CPI, sem que haja punição dos obviamente culpados (se não pelas provas, pelas constantes acusações que demonstram um comportamento notório), uma vez que usam de todos os seus artifícios legais para fazer da justiça não só cega, mas aleijada e impotente, para não dizer inexistente.

Os candidatos nos procuram. Querem uma oportunidade nos nossos púlpitos. Claro que, logo em seguida, se não antes, se curvarão perante os médiuns dos terreiros, farão promessas às lojas maçônicas, assistirão a uma missa. Enfim, acenderão velas para Deus e o Diabo, desde que redunde em votos. A religião move o povo. Ninguém duvida disso. Mostrar-se simpatizante da nossa faz parte do programa de todos os que almejam o nosso voto. Sem escrúpulos e sem credo, insinuam que o nosso é, no fundo, o credo dos seus corações. E, numa abominável dança de interesses, pastores cedem lugar nos seus púlpitos, levam o seu rebanho a orar pelos candidatos, impondo as suas mãos sobre as cabeças dos que, em breve, agirão em sua grande parte como aves de rapina sobre os cofres públicos, abarrotados de recursos tirados à força dos trabalhadores desta nação. Muitos receberão promessas de benefícios concedidos à igreja aliançada com o poder público. Mas o discurso será sempre em nome de um bem social. “Vamos avançar o Reino de Deus”, “vamos fazer o bem”, “vamos impedir o avanço das forças do mal”.

Não estou amargurado, creia-me. Simplesmente me reporto ao que temos visto ano após ano. Não acuso, constato. Não ressinto, repudio. A denominação que lidero, a Igreja Cristã Nova Vida, não se envolve em política partidária. Nenhum de nossos sacerdotes se candidata (até porque isso constituiria uma traição da nossa sublime vocação ministerial). Não apoiamos qualquer candidato que seja – o que, inclusive, consta do nosso Código de Ética e é uma exigência inegociável para fazer parte de nossa denominação. Mas isso não quer dizer que não tenhamos uma visão do bem social. Isso não quer dizer que não tenhamos uma postura pública.

Com poucas palavras, então, explico nossa posição: não cremos que o mal que assola as nações seja a falta de saneamento básico ou qualquer outra questão do gênero. O mal que mantém a humanidade sob opressão é o pecado. O pecado é o poder opressor da nação e de toda a Terra. Mas há quem possa nos livrar disso. “Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: ‘Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará’. Eles lhe responderam: ‘Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?’ Jesus respondeu: ‘Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres’.” (Jo 8.31-36).

Vivemos numa época na qual toda questão pública é politizada. Cada grupo e cada causa tentam achar legitimidade no Estado. Tentam resolver o que seja por meio do Estado. Mas a solução bíblica desses problemas é conhecer o poder do Evangelho. É pela transformação dos corações, pelo poder da Palavra de Deus, que homens serão verdadeiramente libertos. Loucura? Ingenuidade? Estou sendo alienado? Paulo já respondeu isso muito bem:

Pois Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada. Cristo, Sabedoria e Poder de Deus. Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. Pois está escrito: ‘Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes’. Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta era? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação. Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem. (1 Co 1.17-25).

Em suma, o nosso trabalho, como cristãos, é viver uma vida pacata, modesta, dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus e pregar o Evangelho – Cristo é a única solução.

Mas tenho um recado para os políticos. Um dia todos estarão perante o trono do juízo final. Quem lucrou pela opressão dos fracos, das viúvas, dos trabalhadores que morrem na fila de um hospital público, dos impostos que fazem com que o salário minguado do povo fique cada vez mais aquém das suas necessidades de primeira ordem, dos conchavos e das negociatas terá de prestar contas a Deus. Nesta vida poderão se dar muito bem. Viverão nababescamente com seu uísque e filé mignon à beira da piscina de sua mansão ou casa de veraneio. Mas um dia ouvirão: “Eu estava nu e não me vestiu. Eu estava com sede e não me deu o que beber. Eu estava precisando de um defensor e o seu poder se voltou para si, exclusivamente em causa própria, sem me dar condições de viver em paz”.

Cada um de nós tem um encontro marcado com Deus. Nesta vida os que pecam na política partidária podem se dar bem. Mas garanto que os poderosos que não se curvaram ao senhorio de Jesus Cristo gritarão por toda a eternidade, aterrorizados pela total ausência de Deus. Com Satanás e os seus anjos, serão expulsos da Sua presença e da Sua graça e conhecerão tormento eterno. Arrependam-se dos seus pecados. Voltem-se a Deus enquanto houver tempo para tanto.

O sabor do seu poder, que dure uma vida inteira, em apenas um instante se tornará cinzas na sua boca. E esse será o gosto que encherá a sua alma para sempre. De Deus não se zomba. Quem semear vento colherá tempestade. E essa tempestade não tarda em vir. Ela virá e consumirá tudo que você jamais ganhou em segundos. Seus filhos bonitos e gordos, que vocês têm prazer em mimar com seu lucro sórdido, e que não conhecem os caminhos do Senhor, serão o alimento de demônios.

 Os filhos de Deus, por outro lado, entrarão no descanso do Senhor e se sentarão ao banquete preparado para os que perseverarem na justiça até o fim.

Na paz,

+W

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A leitura inspecional Parte 3 | por Gabriel Carvalho

Dando sequência à nossa série de textos “Leia mais e melhor”, finalizaremos neste texto as …

  • Desculpe, mas que post ridículo. Você fala isso porque vc é Canadense quer que o Brasil se exploda, como um sacerdote pensa deste jeito? Queria ver se uma lei dessas sobre casamento gay fosse aprovada e batessem na porta de sua Igreja pra vc casar? Isso só não acontece porque ainda tem homens de Deus lá pra impedir. Não julgue os outros, você num é melhor que ninguém.

  • Verdade meu Bispo amado! Acredito que todo cristão deve somente focar no reino de DEUS. O dia em que acreditarmos que o homem em seu potencial pode fazer algo pela humanidade, estaremos negando a nossa fé.
    O que me entristece muito é grandes lideres que se dizem fazer parte do reino de DEUS se corromper de uma forma absurda com a política. Grandes lideres vestem a camisa de políticos bandidos, pior ainda usão o púlpito como o senhor citou. Na eleição anterior fui testemunha de pastores sendo presos por fazerem boca de urna! O cristão também veste a camisa e trabalha para políticos que diferem da nossa fé! Vendem o voto por qualquer trocado.
    Sinto-me frustrado com a política do dia de hoje, com tanta corrupção, com tanto escândalos! Pior ainda ver pessoas que se dizem Cristãos, optarem em fazer parte disso tudo, há se envolverem com isso tudo, há serem responsáveis muitas das vezes disso tudo.
    No evangelho de João 18.36 O SENHOR JESUS disse: O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui”. O nosso reino não é o poder injusto dado pelo homem, e sim o Reino em que O MESTRE esta preparando para nós! O nosso reino não é um reino político mundano, e sim um reino espiritual.
    È a minha sexta eleição em que meu voto é nulo! Não voto em branco, pois sei que o mesmo será validado para o candidato que obtiver mais votos.
    Não voto naquele que não tem chance de ganhar a eleição “O chamado candidato mais fraco”, pois sei que mesmo assim o voto contribuirá na legenda de seu partido.
    Creio no poder de DEUS! Pois DEUS nos tempos de faraó amoleceu o coração duro do mesmo, mediante a oração e compromisso do povo hebreu. E creio que na hora em que o povo de DEUS deixar de buscar os seus interesses, e unir se em uma só fé e em obediência a palavra do SENHOR e em oração, O SENHOR fará um mover no coração de muitos políticos, e o povo brasileiro irá conhecer que DEUS é O SENHOR.
    Obrigado pela atenção!
    Alexandre Silva Brito

  • Bom é ouvir esta palavra. Que o Senhor continue abençoando-o e encorajando-o, a sempre falar com sabedoria e humildade. Que a paz de Cristo que excede todo entendimento habite em nosso corações.

  • Roberto,

    Não é meu costume postar, nem tampouco responder comentários abusivos. Todavia, uma vez que suas palavras podem representar uma opinião comum a outros, vou fazer uma exceção.

    Em primeiro lugar, dizer que um post é ridículo, ou seja, merecedora de riso e chacota, é uma colocação chula e desmerecida. Pode discordar de mim, até com vigor. Mas as minhas colocações, embora fortes, são merecedoras de respeito. Ridicularizar é uma forma de brigar num beco e não discutir verdades importantes num foro público.

    Em segundo lugar, sou Brasileiro naturalizado que renunciou a minha cidadania americana. Meu destino neste mundo está diretamente atrelado ao destino desta nação. Minha esposa é brasileira, meus filhos são brasileiros e meu neto é brasileiro. Em nenhum momento desejo mal ao Brasil. É a pátria que escolhi. Meu pai foi canadense, sim. Mas não é o meu caso.

    Caso o governo imponha uma lei que me levaria a desobedecer o meu Deus, tenha absoluta certeza que irei para a cadeia por desobedecê-la. Quem me conhece sabe que sou um homem de princípios. Não preciso que deputados corruptos me protejam. Deus é suficiente para tanto.

    A única coisa que você falou com razão é o fato de eu não ser melhor que ninguém. Nisto você acertou, embora suas colocações certamente sugerem que sou menor do que você. Suas palavras, no entanto, depõe contra a sua idoneidade e o nível da suas colocações mostram uma total falta de respeito. Não fiz por merecer isto.

  • Sábias palavras, querido Bispo.

    Sábias para um tempo em que vivemos um evangelho sócio-político, onde viver o evangelho virou defender um grupo social contra a ditadura gay, ou os abortistas. Claro que sou contra ambas as coisas, porém o evangelho é a solução espiritual para o pecado. Querem aplicá-lo no lugar errado e da forma errada. Preguemos o evangelho com poder e em Verdade, e veremos que, naturalmente, a sociedade tenderá a se transformar, ou pelo menos tardará a piorar, visto que é inevitável que isso ocorra, dada a veracidade das profecias.

    Fique na paz,

    Matheus.

  • Prezado Bispo, foi com grande alegria que li o seu post. O texto dá voz a inúmeros cristãos que não concordam com o que tem sido veiculado pelas mídias de massa. Essas abrigam muitos aproveitadores e charlatões que transmitem um falso evangelho que, dentre outras coisas, necessita da força de “carros e cavaleiros” para defender Aquele que tem todo o poder: o Senhor. Alguns políticos aventuram-se oferecendo essa contribuição louca. Louca e cara, pois, segundo o pensamento maligno que rege esse mundo, “tudo tem seu preço”. No mínimo, uma afronta ao Deus Eterno e aos da Sua destra. Que esses aventureiros não confundam a singeleza do remanescente com mediocridade. Seriedade com ausência de alegria. Honestidade com imaturidade. Que outras vozes (e letras) unam-se à sua. E que possamos inundar o mundo com a sobriedade que só Jesus pode dar. Deus abençoe.
    Cordialmente em Cristo Jesus,
    Henrique Pedrosa.

  • Querido Bispo,

    Assim como o senhor certamente há um grande número de pessoas desgastadas com a política e com os políticos, outros estão cansados do seu próprio casamento e pelo seu orgulho escolhem o caminho do divórcio, que é mais fácil do que lutar por uma mudança em sua vida conjugal. Encontramos também, pelas ruas os “desigrejados”, ou seja, os que também não querem mais saber de Igreja, pois, estão cansados da corrupção e do abuso de autoridade e desistem de participar de uma Reforma. Me converti em 1979, no Rio de Janeiro e tive o privilégio de acompanhar diariamente os programas de televisão do Bispo Roberto McAlister e orar com ele todos os dias, pois, eram os meus primeiros passos na fé, plantei algumas Igrejas, viajei por alguns países e sempre amei a presença de Deus, olhar para Ele e ser iluminado e não ter o rosto confundido.

    Em 2009 ouvi a voz do Senhor e entendi no meu coração que eu deveria fazer muito mais do que eu estava fazendo e em 2011 ouvi mais uma vez o chamado de Deus justamente para Política. Eu busco andar com toda integridade de coração, hoje tenho 49 anos e me sinto com o mesmo vigor dos meus primeiros passos em Cristo para cumprir este chamado. Em 2011 me licenciei do Ministério, preparando a Igreja e a liderança e acredito que a alguns Deus escolhe de maneira diferente para plantá-los em posições estratégicas na Nação a fim de Ele seja glorificado. Acredito também que existam aqueles joelhos que não se dobraram a Baal e que estão dispostos a ouvir a voz de Deus e a não entrar em guerras que não são deles.

    Peço tão somente que ore por mim, pois, em obediência ao meu chamado me candidatei a Vereador por São paulo, e acredito que posso fazer a diferença em Cristo Jesus e que como Luz devo me posicionar e se alguém tiver que sair serão as trevas que lá estão.

    Um forte abraço, e que o Senhor continue o abençoando abundantemente,

  • Prezado bispo Walter e demais irmãos,

    Não poderia deixar de comentar um texto como este, apenas para dizer que o mesmo reflete exatamente o meu pensamento.
    O mundo não precisa de “governantes” ou “legislantes”, o mundo precisa urgentemente de JESUS.
    A falácia do aquecimento global, as injustiças sociais, a roubalheira com o nosso dinheiro, tudo isso nos incomoda. O casamento gay, o aborto, são temas que a mídia empurra goela abaixo da população, mas que para nós cristãos, não faz o menor sentido entrar nessa discussão, para nós são questões resolvidas, portanto não estão abertas a discussão.
    Não há o que discutir.
    O que acontece é que as questões politicas, dentre outras, pode ter certeza, são utilizadas pelo inimigo de nossas almas, para ocupar nosso tempo, nossa mente, e por fim fazer com que o foco principal de nossa vida seja este mundo maldito (Gn 3:17).
    A ORDEM do Senhor Jesus é: Ide por todo o mundo… (Mt 28:19-20).
    O apóstolo Paulo aconselha que não devemos nos conformar com este mundo, mas não manda mudar o mundo, mas a nós mesmos (Rm 12:2), também nos manda não comunicar com as obras infrutuosas das trevas, mas, condená-las (Ef 5:11), isso mesmo condená-las, não somente julgar mas condenar todo e qualquer comportamento mundano, e não é isso que vemos no cenário politico, homens “de Deus”, votando contra princípios cristãos, só por ideologia partidária, acordos, tolerância, propina, mentira, conchavos, dinheiro na cueca(!?). Não fomos chamados para isso. O Senhor Jesus não foi um rei político, Ele disse que o Seu reino não é deste mundo.
    A bíblia também diz que o mundo jaz no maligno (1Jo 5:19).
    As leis que legalizam o pecado (homofobia, aborto entre outras), se ainda não foram aprovadas, pode ter certeza, é uma questão de tempo. O Senhor Jesus alertou que a condenação para este tempo será pior que a condenação de Sodoma e Gomorra.
    Não fomos chamados para transformar o mundo, fomos chamados para ser sal e luz, para anunciar as boas novas aos cativos, para a nossa justiça exceder a dos escribas e fariseus, fomos chamados para ser a diferença.
    Vivemos no mundo mas não somos do mundo.
    Como cristãos devemos ter em mente, que “o mundo passa e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2:17).
    O nosso foco é a vinda de Jesus, pois Ele diz: Certamente cedo venho (Ap 22:20)
    Que Deus nos abençoe.

    Ricardino.

  • Políticos nos púlpitos: NÃO!

  • Bom dia, Bispo, bom dia a todos.
    Esta ligação entre a Igreja e o Estado, seja através da instituição de um Estado confessional, seja através da influência de líderes religiosos, se mostrou nefasta ao Cristianismo, ao invés de servir para propagar o Evangelho. Neste caso, tanto faz quanto tanto fez se a Igreja oficial é protestante ou católica, se a influência é exercida por protestantes ou católicos. Veja o caso da Grã-Bretanha. Tendo a veneranda Igreja Anglicana como espelho da monarquia, os irmãos católicos da Irlanda do Norte são marginalizados sob o argumento de serem católicos, uma religião que uma vez atentou contra os princípios democráticos britânicos, etc. Igualmente, a expansão britânica nas colônias asiáticas e africanas fez com que o Cristianismo acabasse sendo visto como um braço desta conquista, da mesma forma que a força militar, servindo como suporte, apenas, aos interesses econômicos, e não à salvação das almas.
    Por outro lado, no Brasil, está se tornando comum vermos políticos evangélicos envolvidos em esquemas de corrupção. Recentemente assistimos à oração da propina, por exemplo. Aqui em Minas temos o caso de um deputado federal evangélico acusado de mandar assassinar um colega de bancada. Ou seja, não é a Igreja que vai ao mundo, mas o mundo vai à Igreja. E com isto as trevas suplantam a luz.
    E ainda existem aqueles irmãos que esperam por um evangélico que se torne presidente da república. O que isto vai acrescentar? Ora, o número de evangélicos está crescendo na mesma proporção dos escândalos. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos sempre tiveram presidentes evangélicos. Hoover e Nixon era quacres. Truman era batista. George W. Bush é metodista. Mesmo assim, estes são considerados pela opinião pública (embora eu tenha restrições à opinião pública) os piores presidentes dos Estados Unidos. Nixon, inclusive, é visto como um tirano sanguinário pela literatura e pelo cinema (embora tenha sido o estadista que retirou as tropas do Vietnã e combateu o segregacionismo no território norte-americano).
    No fundo, meus irmãos, o que norteia os políticos em relação à religião é a mesma atitude de Henrique de Navarra, em meados do século XVI. Confrontado com a decisão entre ser protestante mas não sei rei da França; ou em ser rei da França mas ser católico; Henrique teria dito: “Paris vale bem uma missa”.
    E fica só uma pergunta diante da atuação parlamentar: caso se aprovem leis que contradizem os ensinamentos cristãos, o que será mais importante para os cristãos que defendem uma aliança formal entre Cristianismo e política: obedecer à lei dos homens ou à de Deus? Ora, se os políticos são ungidos em público, haverá diferença entre as duas leis?

  • Em resumo… é nojento, repugnante! A política, a lei, este mundo! Oh Senhor, aguardamos o dia em que estaremos Contigo!

  • Parabéns Bispo pelas sabia resposta ao Sr. Roberto! Sempre com muita humildade.
    Agora só para lembrar: Jesus que disse que nada tem haver com o mundo e seus governantes, a igreja é uma coisa e o mundo é outra.

    Não se pode desfrutar dos prazeres do mundo e ser amigo de Deus ao mesmo tempo. A Bíblia diz em Tiago 4:4 “Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”

    Portanto estou certo que cristão não tem que se envolver com a política e nem com políticos.

  • Muito bom Bispo…

  • Bispo,

    Conheci o blog há pouco tempo, e tenho visto que seus posts são muito edificantes. Mas tenho uma dúvida quanto a essa questão – e, antes que outros me recriminem, é uma dúvida. Eu creio fortemente que existem pessoas com chamado de Deus para a política. Biblicamente temos vários casos: José, governador do Egito; Davi, rei em Israel, e outros mais. São pessoas que foram chamadas para cargos políticos. Por outro lado, entendo que esse chamado é uma grande luta no sistema corrompido atual.

    Será que, quando a igreja prefere não ter nenhum contato com a realidade desses homens, não estaríamos resignando cada um deles a uma tarefa muito mais difícil? Imagine o que deve ser exercer seu chamado sem nenhum apoio público da sua família, dos seus irmãos em Cristo, dos seus amigos. Não falo dos políticos mentirosos, falo de homens de Deus. Creio que, mesmo com a luta, vale a pena, independente do apoio recebido, mas seríamos muito insensíveis se simplesmente dissermos: mas se foi o chamado que Deus deu àquela pessoa, Deus dará força para suportá-lo. Nesta mesma ideia, muitos simplesmente ignoram o sofrimento dos missionários ao redor do mundo. Eu creio que isso não é justo.

    Não tenho certeza quanto a dar a palavra na reunião da igreja, não gosto dessa mistura. Não sei se é bíblico, se não é, sei que soa mal e não gosto de políticos falando no culto. Mas também acho que um homem de Deus que recebe chamado para política precisa de apoio, precisa ser acolhido, precisa ser respaldado – reitero, homens de DEUS, não falsos cristãos, porque não existem só falsos, mesmo que os verdadeiros sejam minoria.

    Qual é o papel da igreja diante desses homens fiéis? Ignorar seu chamado e deixá-los à beira do caminho? Sinceramente, pergunto por uma questão de esclarecimento, não de crítica. Acho que um viés da neutralidade da igreja é tornar o governo cada vez mais laico e menos preocupado com a vontade de Deus, e a Bíblia diz “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança.” Salmos 33.12. Como fica essa questão?

    Espero que entenda a pergunta, a faço com toda humildade e respeito à sua autoridade como líder ministerial na igreja de Cristo,

    Danielle

  • Bispo, boa noite.
    Minha conversão aconteceu ha 12 anos em uma igreja que só fala em prosperidade, mais o meu chamado foi de Jesus e por isso, não desisti da minha caminhada.
    Há seis anos estou na Nova Vida, e tenho concordado com a maior parte da pregação do meu Pastor, posso discordar de uma ou outra coisa que acontece na minha igreja, mais não desistirei nunca.
    Na denominação anterior sempre que tinha eleições, algum candidato ia ao púlpito pedir votos e sendo apoiado pela igreja, na Nova Vida isso não acontece.
    No comentário anterior, a Danielle Lopes, pede um esclarecimento ao Senhor, também fiquei com duvidas, pode nôs esclarecer?