Sentir, Pensar e Falar

Sentir, pensar e falar; quão pecaminoso pode ser esse exercício! Você não acha? Vira e mexe estamos nos complicando com o que falamos mas não gostaríamos de ter falado; ou nos envergonhando do que fomos capazes de pensar; ou sofrendo com os sentimentos que inadvertidamente acolhemos no coração. Todo esse processo pode ser altamente destrutivo e trazer consequências inesperadas.

Bem-aventurados são aqueles que nunca se viram às voltas com o mal causado por palavras inoportunas, pensamentos descontrolados e sentimentos indeclaráveis. Mas, gente assim não existe. Todos, numa ou noutra medida, já tiveram a mente e o coração invadidos por uma dessas hordas infernais que ataca de surpresa. A sensação que segue é indescritivelmente ruim: lamento, culpa, tristeza e infindáveis questionamentos do gênero por-que-sou-assim, revezam-se um após o outro numa espécie de ritual sombrio.

Mas, como vencer esse processo destrutivo? Como fugir das armadilhas mentais? Como guardar o coração daqueles sentimentos que somos forçados a esconder e difíceis de admitir?

Primeiramente, aceitando que somos mais pecadores do que gostaríamos de admitir; e menos santos do que supomos ser. Essa admissão da nossa pecaminosidade é que nos auxilia a vencer as grandes batalhas da alma. Diante da confissão, diminuímos; nos reduzimos; nos humilhamos. E não há nada que traga mais saúde à alma do que essa redução. Não há nada mais saudável do que viver impedindo a vaidade de crescer. Confessar a própria indignidade, nos ajudará a vencer os diferentes processos pecaminosos que se desenrolam através do falar, do sentir e do pensar.

Em segundo lugar, cultive o silêncio. Vivemos num mundo barulhento e que se alimenta de respostas barulhentas. A alma não reage positivamente ao barulho. Ela precisa de silêncio para expor suas feridas e seus canceres; e você precisa silenciar para percebe-los, caso contrário viverá achando ser quem não é, passando por cima de pecados que se não forem percebidos vão acabar por gerar uma vida mentirosa.

Finalmente, ore para que possa implementar algumas disciplinas importantes e inegavelmente libertadoras:

SENTIR A PARTIR DO AMOR

Resista a todo e qualquer sentimento que não seja endossado pelo amor. Lembre-se que o amor é o emblema maior do discípulo de Cristo. Na vida comunitária, o que foge ao alcance da influência do amor será corrompido.

PENSE A PARTIR DAS ESCRITURAS

A ação meditativa das Escrituras guarda a nossa mente e o nosso coração. Talvez você já saiba disso, mas meditar é o exercício do pensamento em favor da interiorização da Verdade. Quanto mais trazermos à mente uma determinada Verdade, mais fundo ela penetra, ao ponto de alcançar as fronteiras da alma e do espírito, guardando-nos da impureza e da maldade que tantas vezes assaltam-nos de surpresa.

FALE COM GRAÇA

Jamais se apresse a dar uma opinião, fazer um julgamento ou externar um comentário. A pressa no falar traz consigo o ardor do pecado. Fale a verdade sob a inspiração da Verdade. Fuja de verdades incompletas e quando for necessário, negue-se a emitir opinião. Perdão, reconciliação, graça, solidariedade… são ingredientes importantes para um falar menos comprometedor. Mas, se você quiser continuar em manter um comportamento falastrão para ser melhor aceito, projetar sua imagem ou impressionar, continuará pagando as altas faturas produzidas por esse comportamento.

Lutando também para implementar as mesmas disciplinas,

Com amor e carinho,

Pr. Weber