Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence” e “afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”. (2 Tm 2.19)
Certa vez, uma criança andava nos corredores de uma grande universidade com seu pai, funcionário daquela instituição. Um misto de orgulho por conhecer o trabalho do papai, admiração pela grandiosidade da construção, e alegria invadiam seu coração. Até o momento em que a criança se distraiu e perdeu-se do pai. Toda aquela sensação de novidade foi substituída por temor e insegurança. Se ela não o encontrasse, como seria?
De semelhante forma, muitas pessoas vivem hoje distantes de Deus, o Pai. Em nossa sociedade hostil, são atormentados por sentimentos de insegurança e até mesmo desespero. A fragmentação das famílias, a violência, a instabilidade econômica, e outras mazelas têm feito com que muitos, inclusive cristãos, vivam em constante ansiedade.
Em meio a tal cenário, é muito confortante saber que “o Senhor conhece quem lhe pertence”. Se, de fato, cremos na soberania de Deus e na vitória certa de seus propósitos divinos; se temos uma fé viva e verdadeira no evangelho de Jesus Cristo; se cremos que o Espírito Santo nos convence do pecado e conduz-nos à justiça pela fé em Cristo, que nos livrará da ira manifesta no juízo vindouro, temos muitos motivos para nos sentirmos seguros e alegres! Na escuridão de uma sociedade em trevas, a luz do evangelho brilha em nossos corações, trazendo paz em meio à agitação, segurança em meio à instabilidade, e um sentimento de amor e aceitação em meio a tanto ódio e rejeição. Como é bom saber que o Senhor conhece os que lhe pertencem, e crermos que pertencemos a Ele!
Mas será que basta afirmarmos que pertencemos a Ele, e professarmos o senhorio de Cristo, para desfrutarmos de tão grande benefício? O próprio Senhor Jesus adverte que no último dia muitos dirão Senhor, Senhor, mas não entrarão em Seu Reino (ver Mt 7.21-23 e 25.41-46). O Apóstolo Paulo, no texto que é base desse artigo, diz: “afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”. Alguém que verdadeiramente crê em Cristo deve apartar-se da injustiça. Isso não significa tornar-se perfeito, pois se a exigência fosse essa, ninguém seria salvo! Somos salvos pela graça, mediante a fé, o que não vem de nós, mas é dom de Deus. Não por obras, para que ninguém se glorie (ver Ef 2.8-9). Mas devemos lembrar que somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras (ver Ef 2.10). Deve haver no coração daquele que pertence ao Senhor um genuíno desejo de agradá-lo, o que inclui afastar-se da iniqüidade, uma vez que pertencemos a um Deus santo.
A criança da história contada no início deste texto logo encontrou seu pai e sentiu-se segura novamente. De semelhante forma, não há lugar melhor para estarmos do que junto ao nosso Pai celestial! Que desfrutemos da maravilhosa segurança de pertencermos a Ele, sem perdermos de vista a grande responsabilidade de vivermos uma vida digna de um membro da família de Deus!