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Resenha: “Educação em casa, na igreja, na escola” | Por Gabriel Carvalho

Qual a primeira palavra que vem à sua mente quando você ouve sobre “Educação”? Para alguns, o primeiro pensamento é “escola”. Para outros, “igreja”. Para tantos outros, “família”. É exatamente para tratar da educação nessas três áreas mais importantes que o autor nos traz este estudo, a fim de clarear algumas ideias do que significa Educação Cristã em cada uma delas.

Educação em casa, na igreja, na escola: uma perspectiva cristã é de autoria de Filipe Fontes e publicado em 2018 pela Editora Cultura Cristã. O livro possui 173 páginas, divididas em 7 capítulos principais, divididos em diversos subtemas A obra conta com o endosso de teólogos como Mauro Meister e Valdeci Santos, do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, bem como dos professores Débora Muniz, secretária-executiva da ACSI Brasil (organização que dá suporte a escolas cristãs confessionais no Brasil) e Wilson Silva, do Seminário José Manoel da Conceição.

Fontes é doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Mestre em Teologia Filosófica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. Além disso, é ministro presbiteriano desde 2006, e autor do livro Você educa de acordo com o que adora, publicado pela Editora Fiel.

O livro possui um curto prefácio do professor Solano Portela, seguido de agradecimentos do autor e uma breve introdução. O livro é dividido em duas partes – a primeira tem como título O que é Educação Cristã? Esclarecendo e aprofundando o entendimento de um conceito e compreende os capítulos 1 a 3. Segue-se a parte 2, intitulada Uma perspectiva cristã da educação: familiar, eclesiástica e escolar, que compreende os capítulos 4 a 7.

No capítulo 1, Primeiros Passos, ele passa a tentar conceituar a Educação Cristã, traçando distinções principalmente entre educação formal e informal. A seguir, no capítulo 2, Um conceito em confusão, ele tenta dirimir equívocos quando se pensa no assunto, estabelecendo distinções principalmente entre educação cristã e secular. No fim do capítulo, ele define Educação Cristã como “a atividade de qualquer agente (famílias, igrejas, escolas), exercida de modo formal ou informal, destinada à formação integral do indivíduo, que se desenvolve a partir da Educação Cristã”. O capítulo aborda o tema Educação e Religião, traçando a distinção entre educação laica e confessional.

Abrindo a Parte 2, vemos o capítulo 4, intitulado Educação Cristã: Deus como ponto de referência. O principal objetivo do autor neste momento é responder às perguntas: quem educa? (O agente da educação – Deus, mestre por excelência); educa o quê? (O conteúdo da educação – a revelação de Deus); para que educa? (O propósito da educação – chegar ao conhecimento de Deus). Por meio de uma argumentação muito capaz, ele nos mostra que Deus é a grande referência no processo de aprendizado.
Na sequência, no capítulo 5, A Educação Cristã em casa, ele começa a abordar os três aspectos da educação, conforme previsto no título do livro. O autor começa relembrando os leitores da importância que a Bíblia dá à educação no contexto familiar, para posteriormente fazer algumas aplicações práticas, comentando a respeito do culto doméstico, disciplina de filhos e até mesmo de homeschooling.

No capítulo 6, A Educação Cristã na igreja, ele começa abordando a respeito da missão da igreja, e como o ensino está envolvido nela, passando à análise dos alvos da educação eclesiástica, e, novamente, aplicações práticas ao contexto de ensino e aprendizagem no âmbito da igreja local, falando inclusive da Escola Bíblica Dominical, das aulas infantis e da liderança de adolescentes e jovens. Trata-se de um recurso importante para aqueles envolvidos com este ministério e que desejam se desenvolver neste tema.

Finalmente, no capítulo 7, intitulado A Educação Cristã na escola, o autor comprova o quão desafiador (porém recompensador) é investir tempo e recursos em uma instituição escolar cristã confessional, e então passa a discorrer sobre a relação das diversas áreas do conhecimento, e sua relação com a cosmovisão cristã. São abordadas as artes, as Ciências, a Educação Física, a Geografia, a História, as Línguas e a Matemática. Nas partes finais do capítulo ele ainda traz orientação prática para aqueles que estão envolvidos em ambientes escolares secularizados, seja como alunos ou professores.

O autor faz uma brevíssima conclusão, relembrando os principais pontos abordados nos capítulos. Segue-se a esta uma lista de referências bibliográficas, e os endossos mencionados no início do texto. O livro, de forma geral, tem uma leitura agradável e acessível, sem recorrer a uma prolixidade sem sentido, alcançando um público-alvo amplo, da Academia a uma pessoa comum que se interessa pelo tema.

O autor demonstra vasto conhecimento do assunto, porém é perceptível que algumas lacunas ficam abertas. É necessário afirmar que o livro traz um caráter introdutório ao tema, não havendo maiores aprofundamentos em determinados pontos. Isso não se torna um problema a partir do momento em que se achegue à leitura sabendo dessa informação. A própria lista de referências bibliográficas é um convite ao aprofundamento do tema. Fica a sugestão ao autor: promover uma continuação do livro, aprofundando temas que, pela proposta da publicação, acabaram ficando de
certa forma tratadas de forma superficial.

O grande acerto do livro é trazer de forma simples essa visão ampliada a respeito da Educação Cristã. Por isso, é recomendada a leitura de Educação em casa, na igreja, na escola, principalmente àqueles envolvidos com Educação, seja na igreja, ou como profissão, ou mesmo em casa com os filhos – o texto nos ajudará a superar a visão limitante da Educação Cristã apenas no contexto da igreja local, incentivando a busca por uma cosmovisão cristã aplicada à Educação nos três grandes ambientes educacionais do ser humano: família, igreja, escola.

Boa leitura!

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