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Os 5 excessos que todo professor de EBD já cometeu uma vez na vida | Por Gabriel Carvalho

Pergunte a algum professor a respeito de seu primeiro dia na função. Muitos vão franzir a testa, terão memórias pouco animadoras e contarão experiências hoje cômicas, mas na época trágicas. Isso porque ensinar é um privilégio, mas também um desafio. Nenhum professor nasce sabendo, mas vai se formando ao longo do tempo de sala de aula. Muitos cometeram equívocos dos quais hoje se envergonham, mas que fizeram parte do processo de crescimento na área magisterial.

É para reforçar essa ideia de um processo de desenvolvimento que relatamos a seguir os cinco excessos que todo professor – principalmente aqueles envolvidos na área de ensino na igreja – já cometeram uma vez na vida. O texto é um conselho para jovens professores, mas também um alerta e uma lembrança aos mais experientes, que acabam se acostumando com a função e, por vezes, se excedendo de outras maneiras.

1) Erudição prolixa x Linguajar superficial: é impressionante como a maioria dos professores acaba se encaminhando para um desses dois pólos. Alguns se aprofundam em estudos bíblico-teológicos, conhecem novos termos e conceitos difíceis, e acabam levando toda essa loquacidade prolixa (não era melhor dizer “discurso muito difícil”?) para a sala de aula – o que resulta, simplesmente, no fato de que os alunos admiram a “inteligência” do professor, mas não aprendem de fato o que deveriam. Por outro lado, alguns acabam deixando sua linguagem muito simplória, sem se aprofundar o suficiente nos temas essenciais, o que torna o ensino algo muito raso, e novamente os alunos deixam de aprender de forma satisfatória.

2) Presumir conhecimento dos ouvintes x Desmerecer os ouvintes: alguns mestres planejam suas aulas de forma a considerar um conhecimento prévio que muitas vezes os alunos não possuem. Como falar de detalhes doutrinários e teológicos se os ouvintes não têm uma base a respeito daquele tema? Isso causa ruído na comunicação em sala de aula e dificulta o aprendizado.
Por outro lado, outros acabam diminuindo a capacidade intelectual de sua audiência, falando
sempre de coisas triviais, por achar que aquele público não tem condições de receber algo mais
substancial.
3) Não deixar ninguém falar x Deixar que falem demais: há variados motivos para um professor não deixar os alunos interagirem em aula – medo de perguntas difíceis, engessamento da estrutura da aula etc, porém é notório que a participação dos alunos faz com que o aprendizado seja fixado com mais proveito na mente do aprendiz. Por outro lado, em nome de um melhor aprendizado, o momento de aula acaba virando uma discussão de ideias desconexas levantadas pelo aluno e não mediadas pelo professor, que acaba não transmitindo o conteúdo proposto, apenas tendo que lidar com as intervenções do público presente.
4) Fugir da lição x Ser escravo da lição: talvez por terem bastante conhecimento do assunto ou experiência de sala de aula, alguns professores fogem totalmente do caminho proposto pela lição do dia (ok, isso acontece em pregações também, mas esse é assunto para outro artigo…), e isso não faz com que o aprendizado seja linear e bem “amarrado” na mente do aluno – a sequência de lições tem uma lógica de construção de conhecimento, e fugir disso é quebrar essa lógica! Por outro lado, alguns mestres tem um pavor colossal em sair o mínimo que seja do texto da lição. Dessa forma, o momento de aula se resumir a ler o conteúdo e fazer mínimas contribuições, o que também não colabora para um bom ambiente em sala de aula, nem favorece um aprendizado robusto pelos ouvintes.
5) Escassez de recursos auxiliares x Excesso de recursos auxiliares: é interessante notar que certos professores confiam tanto na sua oratória que por vezes abrem mão de recursos auxiliares, e não utilizam nem mesmo de uma escrita no quadro branco (que já foi negro e verde também). Estudos na área da didática comprovam que a utilização de recursos, principalmente audiovisuais, colaboram para uma absorção maior do conteúdo pela audiência. Por outro lado, sabendo dessas estatísticas, alguns se perdem e acabam “poluindo” suas aulas com uma gama de recursos em excesso, que acabam distraindo os alunos até mesmo do foco principal da aula, que é o conteúdo a ser ministrado.

Você pode ter reparado que cada excesso mencionado tem sempre duas vertentes opostas, e nós temos sempre a tendência de caminhar para algum dos extremos. Nossa proposta e desafio nesse texto é alertar para os excessos, sim, mas, antes de tudo, fazer uma convocação dos professores de nossas igrejas ao EQUILÍBRIO – essa é a condição que fará com que nossos alunos
aprendam mais e melhor, e mais do que isso, que sejam dia a dia melhores discípulos do nosso Senhor Jesus Cristo. Nem prolixo, nem simplório; nem presumindo nem desmerecendo os ouvintes; nem falando sozinho nem deixando a turma dominar a aula; nem fugindo nem sendo escravo da lição; nem poucos nem muitos recursos auxiliares. Professores equilibrados e bem preparados, esse é o desafio de nossas igrejas.

Deus o abençoe!

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