Chegando ao penúltimo texto de nossa série, hoje analisaremos o que o autor Howard Hendricks nomeia de “a lei da motivação”. Para ele, essa lei pode ser resumida na seguinte afirmação: “O ensino é mais eficiente quando o aluno está mais motivado”. Essa talvez seja uma das leis mais óbvias, pelo menos para aqueles que estão envolvidos com educação há algum tempo, porém vemos que na prática essa preocupação acaba não se refletindo em mudanças na dinâmica de sala de aula.
Poderíamos ouvir milhares de testemunhos (inclusive o meu) de pessoas que simplesmente não têm nenhum tipo de afeição ou afinidade com determinada matéria, simplesmente porque não foram ensinadas de forma a se tornarem motivadas por aquele conhecimento. Quantas manhãs e tardes perdemos ouvindo aulas maçantes e decorando fórmulas e esquemas das matérias do ramo das Exatas, para esquecermos no segundo posterior da entrega da prova? Quantos detalhes históricos ou conceitos geográficos não ficaram no esquecimento, porque aquela informação não se mostrou relevante para o momento atual?
Desenvolver motivação nos alunos é primordial. Isso vai além de apenas “tornar as aulas mais práticas”. Pois mesmo a aula mais elaborada num laboratório ou num espaço cultural externo pode ser desinteressante para os aprendizes. A prática é logicamente um fator importante, mas acima de tudo, o aluno deve entender a relevância daquele conteúdo para a sua vida, para a prática de seus atos no cotidiano. Enquanto eles não encontrarem esse aspecto, estaremos literalmente, “enxugando gelo”.
O desabafo mais frequente por parte dos alunos é: “Em que essa informação vai melhorar minha vida?”, “Eu nunca mais vou precisar disso na minha vida”. E então aqueles momentos de aprendizado se tornam mera formalidade para alcançar o diploma, sem haver um caráter motivador para que o aluno persevere no conhecimento. A motivação nasce de um interesse espontâneo do aluno no tema, gerado pela curiosidade e intencionalidade do professor ao apresentar a matéria de forma a se tornar relevante na vida de seus aprendizes.
Estar motivado significa, também, que o aluno precisa conhecer suas próprias limitações, a fim de que não se frustre ou desanime. O professor precisa entender que sua classe é plural, cada um tem seu tempo, e cada qual tem uma dificuldade diversa do outro. Equilibrar essas diferenças em classe é uma arte, que precisa ser dominada por nós, mestres. Quando o aluno entende o foco de suas limitações, ele pode agir e aprender de forma mais realista e racional, sem exigi-lo demais naqueles pontos em que possui mais dificuldade. Isso gera motivação, e mais absorção de conteúdo sólido e relevante.
Por fim, precisamos reafirmar que os professores são pessoas-chave nesse processo. Saber encontrar os pontos de identificação pessoal com seus alunos é uma das chaves mais produtivas para que a correta motivação seja gerada. A motivação do aluno começa no professor – no entusiasmo e na capacidade de transmitir os conhecimentos de forma vívida, atraente e relevante para o mundo do aluno. Eis o desafio, e cabe a nós desempenhá-lo com o melhor de nossas forças. Deus abençoe a sua vida!