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Tu me farás ver os caminhos da vida (Sl 16:11)

caminhoÉ muito tênue a linha fronteiriça entre a sanidade e a insanidade. Algumas vezes, lendo os jornais ou conversando com alguém, tenho a sensação de que estou num manicômio. O profeta Isaías já disse há dois mil e setecentos anos atrás que “Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo” (Is 1:5b), muito provavelmente, fazendo alusão às deformações mentais e emocionais causadas pelo pecado.

Eu confesso que a sensação de estar cercado por todos os lados de quem não seja capaz de ponderar e raciocinar minimamente, além de não ser nada confortável, aumenta em muitas vezes o peso dos meus “fardos” pastorais; especialmente porque quem reage assim, nega todo tempo a sua irracionalidade.

A maneira como interpretamos e interagimos com os mais diversos segmentos da vida, é a principal causa desta pandemia existencial, condutora principal da insanidade gerada pelos mais profundos instintos pecaminosos e animalescos do homem. Em suma, para a maioria, a vida perdeu o sentido. O real tornou-se feio e o saudável sem graça. Perdemos de vista o que o salmista chama de “caminhos da vida”. Mas, tenho consciência de que para enxergarmos as artérias por onde trafega a graça e a alegria de viver, precisamos ter os olhos do coração iluminados. Pois, só Deus é capaz de nos fazer ver os “caminhos” por onde escorre a VIDA, a seiva da saúde interior.

O Eclesiastes disse que “tanto a memória do sábio quanto do estulto, não durará para sempre”, tanto um quanto o outro serão esquecidos, bem como o que disseram e fizeram. Por isso viver bem é tão importante. Mas, para se viver bem, precisamos aprender a ter um olhar da vida do ponto de vista de Deus. Pois, do alto tudo parece mais claro.

Tenho orado por este equilíbrio e sanidade interior. Mesmo porque, faço uso de um microfone e falo pra muita gente toda semana. Nessa busca pessoal para enxergar os “caminhos da vida”, tenho aprendido que o fluxo da saúde percorre um curso. Ele nasce no trono de Deus, na consciência do senhorio de Cristo (a principal artéria), e ramifica-se em diferentes arteríolas: a oração; o silêncio; a solitude; a meditação; o amor ao próximo; o serviço abnegado; a leitura das Escrituras; a convivência comunitária; a comensalidade e outras mais.

É através das disciplinas espirituais que a vida interior saudável dita seu ritmo. Parece-me que elas apontam para a sístole e a diástole do coração do Pai celestial. Confesso que preciso me alimentar do silêncio e da solitude para cumprir meu papel nesse vale de incertezas e tragédias que chamamos de “dia-a-dia”. Nunca lhe ocorreu sobre as razões que arrastavam Jesus para o alto das montanhas depois de um dia inteiro de intenso trabalho, lidando com endemoninhados e lunáticos? Erra quem pensa que Jesus ia buscar “poder”. Ele ia buscar equilíbrio. Ia colocar as emoções, as motivações, os pensamentos no lugar. Ele subia as montanhas pra ficar longe dos apelos que o cercavam durante o dia, só pra não perder de vista “os caminhos da vida”.

Com amor e carinho,

Pr. Weber

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