A se julgar pelo nível de frustração dos que me cercam, ninguém sabe ao certo o que quer ou sofrem de uma insaciabilidade de contentamento que chega às barras da compulsão por estímulos emocionais que os levem sempre à um estado de “felicidade”, melhor dizendo, de euforia.
Sou levado a crer que ninguém sabe ao certo o que procura. Revira seus planos de carreira; coleciona casos amorosos; faz ginástica, cirurgia plástica; investe no “look”; viaja; trabalha; anda de igreja em igreja; faz e desfaz amizades; corre e cansa. No meio de toda essa maratona, chora sem consolo, sem alívio, pois quando não se sabe o que procura, quando não se sabe o que quer, todo lugar é lugar nenhum e toda obra é vaidade – do hebraico “hebel”: vento, fumaça, bolha de sabão.
“Você sabe o que quer na vida?” Quem nunca ouviu esta pergunta clichê? A maioria tem medo de dizer que “não” sabe o que procura, “não” sabe o que quer. Tem medo de ser vista como imatura. Os que afirmam saber, correm atrás de projeções estimuladas por amigos, parentes, e pela farta tolice dos que não receiam em espraiar a loucura do seu tempo.
Saber o que se quer pode ser uma descoberta que demore uma vida. Paulo foi educado aos pés de Gamaliel; versado nas leis judaicas e nas tradições dos seus antepassados. Preparado para ser um magistrado, desiludiu-se com a magistratura. Alimentado pela filosofia e literatura grega, foi afastado das práticas devocionais dos antigos. De repente ele gritou: “basta”. Tratou de considerar tudo como perda em troca da sublimidade do conhecimento de Cristo e do Seu Supremo Governo. A pérola de grande valor; o tesouro escondido no campo; a dracma perdida foi encontrada.
Fico impressionado com toda esta correria! Jovens e velhos, sofrendo sob pretensões alucinantes, correndo atrás do vento, insaciáveis! Fico impressionado com a quantidade de gente insatisfeita que diz conhecer Jesus! Certamente, não o conhece, pois se o conhecesse, descansaria.
Qual Evangelho ouviram? Qual fé abraçaram? Qual Cristo dizem servir? O perigo de tudo isto é chegarem a ouvir no fim: apartai-vos de mim… eu nunca vos conheci.
Com amor e carinho,
Pr. Weber