Há um movimento aberto contra a atual configuração do que chamamos de IGREJA. Gente ferida, desapontada, decepcionada, magoada, ou simplesmente em busca de argumento para justificar o injustificável. Irritada com o que ouve dos outros ou com o que já experimentou na prática, comissiona entre as grossas fileiras dos maltratados ou simplesmente insatisfeitos, seus aliados nessa aberta guerra contra o que chamam de “sistema eclesial”.
Tenho lido críticas mordazes, que por incontáveis vezes chega muito perto da ofensa e da grosseria. Fico triste! Este curto artigo, não tem o objetivo de discutir as bênçãos e maldições da institucionalização da igreja, das suas estruturas, das múltiplas formas de governo, e qual delas é a melhor ou sobre aquela que mais se aproxima do modelo apostolar; ou ainda do tipo de liturgia mais adequado ao nosso contexto cultural. Deixo esta parte para quem tem estômago para isso! Definitivamente, não me sinto motivado a entrar nesta discussão, ainda que acredite estar minimamente preparado para argumentar, mas em outro lugar.
Tenho acompanhado o derrame de literatura no meio cristão que visa trazer à público as diversas razões porque seus autores não querem mais frequentar uma igreja. Trata-se de registros de suas desilusões com a vida comunitária e dificuldades de relacionamento com pastores e líderes… Acredito que se tratam de histórias reais, pois, que editora cristã séria publicaria mentiras? Mas que nada são diferentes das histórias que encontramos na Bíblia.
Dificuldade relacional; falta de estímulo à convivência; configuração autocentrada da vida; tendência incurável ao isolamento; são fatos que estimulam a fuga da igreja desde sempre. Isto porque, a vida comunitária nos imbui de responsabilidades com as quais não gostaríamos de lidar: amar o próximo; chorar com quem chora; fazer amigos; ser traído por eles; limpar a sujeira dos outros e pacientemente conviver com suas fraquezas. Vamos ser sinceros, não gostamos de nada disso. Assim, se pudermos nos juntar apenas com quem não tem problema, num grupo de iguais, para discutir a Bíblia o ano inteiro sem compromisso, cai como uma luva nesse estilo de vida pósmoderno. Mas, o que me incomoda mesmo em todo esse processo de revolta contra a IGREJA, é a crítica pela crítica.
A crítica sozinha, ou é repetição ou falta de criatividade para propor. A crítica pela crítica não merece ser ouvida quando não se está disposto a argumentar, quando se afunila a visão e os horizontes, quando não se tem temor de pecar pela generalização. Tenho o hábito de dizer que toda generalização é burra!
A “IGREJA” como nós a conhecemos, e também como nós não a conhecemos, é a noiva de Cristo. Dentro de uma catedral ou num pequeno grupo caseiro; no interior de um prédio edificado para acolher ou na informalidade de um banco de praça, a igreja pode estar em qualquer lugar. Suas reais características não estão reveladas por sua geografia, arquitetura, tamanho do grupo ou por seu formato litúrgico. Não é a ferocidade dos nossos ataques que nos qualifica como membros do corpo místico de Cristo, mas nosso fervor na adoração, sujeição ao Seu governo, fluência nos dons do Espírito, responsabilidade evangelística e compromisso com a oração.
Não vejo na crítica pela crítica a evidência de um Cristianismo saudável. Geralmente, a maior parte dos autores dessas tais obras e as pessoas que as consomem, não demonstram na prática que suas “novas” propostas de igreja cooperam para o exercício exuberante da fé. Criticam, lançam sementes de dúvida, arrebanham os mais fracos e fogem sem mostrar suas credenciais. Continuam a ter vidas sem impacto ou inspiração. Não falam em ganhar o pecador, dobrar os joelhos, quebrantamento, a única coisa que sabem fazer é apenas criticar. Gostaria muito de ver a contribuição de tudo isso para o estabelecimento e avanço do Reino de Deus na terra, como as águas cobrem o mar, para que pudesse mudar meu lamento em alegria.
Com amor e carinho,
Pastor Weber