Seria uma total insensibilidade ignorar que os seres humanos lutam com sua pecaminosidade desde sempre, e que Deus na sua excelente misericórdia os cobre com sua graça salvadora. Mas, não seria uma insensibilidade menor, deixar de admitir que este mesmo Deus os chama ao arrependimento e graciosamente sinaliza e adverte sobre os escorregadios atalhos legitimados por esta ou qualquer outra cultura. Ao fazer isto, Sua intenção não foi (e não é) desistir de atuar com graça, ignorando a fraqueza ou as lutas humanas, mas a de demonstrar sua vontade e pronunciar-se sobre o poder mortal do pecado. Ao fazer isto, intencionalmente ou não, Ele chamou à luz ao que chamamos de MORAL.
Alguns, de coração e mente doentias, agarraram na MORAL DIVINA e a transformaram num instrumento de tortura e opressão, esquecendo das suas próprias limitações humanas e exigindo dos outros o que não têm poder para viver. A esta expressão dura, inflexível e vazia de amor, chamamos de MORALISMO.
Logo, existe uma clara diferença entre MORAL e MORALISMO. Moral é a denúncia de que o pecado é uma ilusão vazia e tem um jeito sutil de enredar o homem, o foco está no pecado e não no pecador. MORALISMO é aparentemente a mesma atitude, mas o foco é inverso. O moralista oprime, envergonha, culpa o pecador esquecendo-se de expor o pecado.
O moralista corre o risco de sofrer de FARISAÍSMO, uma espécie de enfermidade da alma cuja principal tendência é o esquecimento da graça. Sofrendo dessa amnésia teológica, o fariseu tende a dar mais atenção à forma do que ao conteúdo. Agindo assim ele chega muito próximo ao abismo da hipocrisia, que seguindo uma escala natural, é o seu próximo estágio. Assim, o moralista fariseu vive a sua fé de forma mentirosa, escondendo de todos quem realmente é.
Lembro-me de uma frase de William Georde Jordan, mencionada por Stephen R. Covey: “Nas mãos de cada indivíduo encontra-se um poder maravilhoso, para o bem ou para o mal – a influência silenciosa, inconsciente e velada de sua vida. Trata-se simplesmente da radiação constante do que a pessoa realmente é, e não do que ela finge ser”. Se você vive o que realmente é, não se glorie nisso, é a graça de Deus; se finge ser alguém que não é, não irá muito longe com esta farsa. Assim, entre MORAL, MORALISMO e FARISAÍSMO, o mal está nas últimas duas e na primeira Deus se encontra sozinho. Onde estamos nós!? Nós estamos ocultos, escondidos, sob a potente mão do Altíssimo!
Sola Gratia!
Com profundo respeito,
Pr. Weber