Qualquer leitor iniciante das Escrituras, imagina se tratar a Bíblia de um livro de contos perfeitos a respeito de altos expoentes da perfeição, muito pelo contrário. O seu lado histórico é extremamente real, fala das fraquezas humanas e dos seus inúmeros equívocos morais. Nesse sentido, encontraremos seus personagens desnudados, como se o Criador nos quisesse passar a mensagem que trabalhou e continua a trabalhar com gente fraca, como aqueles patriarcas e reis que se destacaram no passado. Assim, a despeito das nossas fraquezas e deslizes éticos, Deus deseja continuar o seu processo transformador da nossa vida.
Definitivamente, as gerações bíblicas não foram melhores nem piores do que a nossa. A decadência moral que nos salta aos olhos, motivada por tantas razões e que se irradia dos centros menos prováveis, não é uma particularidade dessa época. A Bíblia está cheia de histórias de traições, perseguições movidas por inveja, gente apontada como falsos irmãos, falsos profetas, falsos obreiros… Decadência ético-moral não está ligada ao tempo e às épocas, mas ao gênero humano.
A história não revela qualquer hiato temporal onde os homens foram melhores, as sociedades viveram fraternalmente e o amor foi o vínculo das relações. O que a história revela é que houveram homens notáveis, gente apreciável por sua justiça e piedade. Mas, isto é fruto do poder do Evangelho, não de uma época. Mesmo agora, há uma série de pessoas, dentro e fora da igreja, agindo desonestamente – o que nos revela um importante fato: a religião não justifica nem constrói a santidade, e nem a completa ausência dela, expressa na defesa violenta de um ateísmo filosófico, o faz. É nesse momento que a Bíblia, a Palavra de Deus, ocupa o seu espaço mais nobre, mostrando que o que todos buscam em si e nos outros, depende de um relacionamento sério com Deus. Você tem um? Se já tem, continue a edificar este edifício; se não tem, busque a Deus com humilde coração sob a inspiração de Sua Palavra, e construa um.