Com estas palavras, Jesus dá sequência a uma das mais lindas orações registradas nas páginas das Escrituras, a conhecida oração sacerdotal, em João 17:1-26. Enquanto me preparava para ensinar sobre este texto, compreendi que esta é uma excelente maneira de glorificar o Pai: Consumar a obra que Ele nos confiou. Nesse momento, uma tempestade de idéias e pensamentos me sobrevieram, uns esclarecedores e outros extremamente embaraçosos.
Pensei: Que bom, então é só deixar que as circunstâncias ditem o ritmo e pronto! Mas, imediatamente me ocorreu a seguinte dúvida: Estou ocupado com a obra que ele me confiou? O meu ritmo de vida e as tarefas com as quais me ocupo poderiam ser facilmente atribuídas à perfeita vontade de Deus?
Um misto de temor e desconforto apoderou-se de mim, motivado pela real possibilidade de estar envolvido em causas que não são as do Pai. Imagine: estar envolvido a vida inteira no que é seu próprio e não no que é de Cristo! Cantar, pregar, ensinar, levantar recursos… tudo isso sob motivações egoístas e humanas. Meu Deus, que desperdício; que insensibilidade! (Leia Filipenses 2:20, 21).
Em Fp 2:24, Paulo usa uma expressão bastante elucidativa, ele diz: Estou persuadido no Senhor… Me dá a ideia de que esteve argumentando com Deus sobre determinado tema, e no desenrolar da argumentação, foi convencido, persuadido pelas exposições divinas. Você já foi persuadido por Deus? Já esteve diante de determinadas situações em que teve de dizer: tem razão, Senhor!? Acredito que é chagada a hora de pedir a Deus que opine sobre nossas atividades e motivações, caso contrário, não o glorificaremos.
Acredito que em Cristo, como sinal inquestionável da Sua infinita graça, fomos presenteados com dons e vocações. Deus não nos tirou das afiadas garras do pecado para gozarmos de um simples bem-estar interior. Seu plano é o de transformar-nos em Suas testemunhas, anunciantes das virtudes daquele que nos transportou do reino das trevas para o reino do Filho do Seu amor.
Esta é uma atividade divina, para a Sua glória e do Seu único interesse. Deus não está em obras, que mesmo minimamente, tragam alguma glória ou esplendor à criatura. Assim, somos figurantes nessa grande produção e devemos nos comportar como tais. Pois, é quando queremos ser o centro das atenções que a glória se vai. Icabode!
A obra é de Deus minha gente! Esta tendência louca de correr atrás do prestígio e da aceitação pública é fogo estranho. O coração do verdadeiro obreiro está na glória de Deus e no fazer aquilo para o qual foi comissionado.
Sola Scriptura!