Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas VEREDAS ANTIGAS, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.
É inegável que nesses dias as coisas envelhecem rápido: computadores, celulares, aparelhos de televisão, roupas, sapatos, carros… Seguindo esta tendência, os relacionamentos humanos acompanham o ritmo da obsolescência, e na cabeça da maioria, também envelhecem. É raro alguém apresentar um “velho amigo”. Geralmente, movidos pelo comportamento desenvolvido pelas redes sociais, o que importa é o “novo amigo” o “novo seguidor”. Eu posso até estar indo longe demais nas minhas conclusões, mas há nesses dias um encantamento generalizado por novidades, uma sede por algo que possa ser classificado como a última moda. Na igreja não é diferente.
Aprendemos a rotular o ANTIGO como ultrapassado e sem uso. Cada geração parece querer deixar sua marca, ignorando todas as lições deixadas pela construção da torre de Babel. Insistindo em inovar, esquecem-se de que no contexto da fé, tudo já foi feito e tudo já foi dito. Jesus estava certo ao dizer que a obra de Deus é simplesmente “CRER”. Mas, como fazer com que a simplicidade do “crer” suplante a sedução do “realizar”? É por isso que não nos contentamos em apenas prosseguir, queremos construir algo, gravar nosso nome de alguma maneira na memória dos outros.
O texto de Jeremias 6:16 é parte de uma tentativa divina de chamar Israel ao arrependimento. Deus chama seu povo a reparar nas “veredas antigas”, as trilhas por onde passaram os velhos patriarcas, profetas, apóstolos, os santos de Deus das gerações passadas. Mas, assim como Israel desprezou o antigo caminho, também nós. Nos esquecemos de que por essas trilhas, muitas delas abertas à força do martírio, transitaram gloriosas testemunhas levando nos ombros a sagrada herança da fé. Talvez, seja este incurável desprezo pelo antigo que nos tenha trazido até aqui. Olhamos ao nosso redor, vemos tanto conteúdo estranho ao universo milenar das Escrituras e nos perguntamos: Meu Deus, de onde saiu isso? Onde foram buscar essa prática? Como chegaram a tais e tais conclusões?
Essa sede insaciável pelo novo nos expõe ao erro, e acabamos por endossa-lo sob o pretexto que nem tudo está escrito. Hoje, podemos apontar muitas trilhas estranhas por onde Deus jamais escoou sua produção. Por outro lado, fechamos os olhos para as riquezas do tesouro da sabedoria e do conhecimento, ao ponto de não encontrar estímulo ou razão para recorrer às devoções cristãs. Provavelmente, aqui esteja uma das causas de orarmos tão pouco e termos uma empobrecida afeição por Cristo. Mas, continuamos a ouvir a exortação divina nos lábios de Jeremias: Ponde-vos à margem e perguntai pelas VEREDAS ANTIGAS. Creio que é tempo de deixarmos de lado esta eufórica busca por novidades, examinar criteriosamente as Escrituras e simplesmente CRER.
Respeitosamente,
Pr. Weber