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Conselhos para o Novo Ano

conselhosponovoanoTodo novo ano traz consigo uma série de oportunidades, desafios e incertezas. Entre o otimismo e o pessimismo característicos dessa época de transição e preparação para o ano que está por vir, carecemos, acima de tudo, de uma boa dose de realismo bíblico. Tomando por base as palavras do apóstolo João à igreja de Éfeso em Apocalipse 2.1-7, seguem alguns conselhos realistas e bíblicos para nos orientarem neste novo ano:

Primeiro, uma palavra de conforto: “Estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro.” (Ap 2.1). Tais palavras serviram de grande consolo para a Igreja primitiva ao final do primeiro século e ainda nos consolam hoje. Diante do aprisionamento e exílio de João em Patmos, o último apóstolo restante do círculo original de discípulos de Jesus Cristo, a igreja enfrentava um futuro incerto diante do aumento da oposição da sua sociedade à mensagem do Evangelho. Porém, o próprio Senhor Jesus se apresentou como aquele que detinha o controle soberano sobre os seus mensageiros (“sete estrelas”) e que habitava em meio à sua igreja (“sete candelabros”). Nosso mundo hoje não parece menos hostil e oposto ao testemunho do Evangelho – seja no mundo “livre” ou aonde a Igreja é ativamente perseguida. Diante das incertezas e dificuldades que estão por vir, precisamos lembrar sempre de quem está conosco e reinando sobre a Igreja – ninguém menos que Jesus Cristo, o Senhor da História e Redentor do seu povo. Somente a confiança na sua presença perene e a submissão ao seu governo amoroso nos manterão firmes na fé por mais um ano de testemunho e serviço neste mundo.

Segundo, uma palavra de encorajamento: “Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. (…) Você tem perseverado e suportado sofrimento por causa do meu nome, e não tem desfalecido.” (Ap 2.2,3). O serviço a Cristo e ao seu Evangelho sempre foi e sempre será árduo. Quem assim não crê não está apto para servir ao Senhor ou não o serve a tempo suficiente para sabê-lo. Nossa semeadura tem em vista o longo prazo e não um retorno imediato a curto prazo. Trabalhamos pela fé e não por vista. O mundo não nos é favorável e constantemente questiona e humilha os nossos esforços para conduzirmos pessoas a Cristo e levarmos todo pensamento e ação cativos a Cristo. E para tornar nossa tarefa ainda mais difícil, muitas vezes os próprios líderes e liderados dentro da Igreja servem como os maiores obstáculos para o avanço do Evangelho – como atesta a própria igreja de Éfeso à qual João escreveu, sitiada por falsos apóstolos e impostores que pervertiam a verdade pelo seu falso ensino e mau exemplo. Contudo, mais uma vez é o próprio Senhor Jesus Cristo quem encoraja sua Igreja, reconhecendo o trabalho árduo e a perseverança daqueles que não comprometeram o verdadeiro Evangelho, colocando tudo à prova da Palavra de Deus e pagando o preço pela sua fidelidade ao Senhor. Todo esse esforço provavelmente não será reconhecido por este mundo, nem tampouco por muitos dentro da própria Igreja. Mas os que trabalharem e perseverarem no Senhor, guardando a fé e semeando o Evangelho verdadeiro nas mentes e nos corações das próximas gerações, ainda que em minoria, jamais o farão em vão.

Terceiro, uma palavra de advertência: “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio.” (Ap 2.4,5). Não é apenas possível, mas, tragicamente, é comum constatarmos o quanto menosprezamos as coisas mais preciosas da nossa vida na medida em que elas se tornam familiares a nós. Podemos nos tornar tão preocupados em cuidar das necessidades da casa que nos esquecemos de cuidar dos que nela habitam. Podemos trabalhar tanto para suprir nosso lar e não atentar para os seus membros; podemos viver tanto para o trabalho e esquecer que o trabalho existe para o nosso viver. E na fé não é diferente. A advertência de Cristo à igreja de Éfeso nos lembra que toda firmeza doutrinária e dedicação ao serviço a Cristo não podem nem devem substituir jamais a nossa devoção a Cristo. Como Salomão também nos adverte, sobre todas as coisas que devemos guardar, a mais importante é o nosso coração, pois dele procede toda a vida. Diante das muitas pressões e cobranças que sofreremos neste ano, dos possíveis desapontamentos e frustrações, jamais nos esqueçamos que somente um coração em chamas para o Senhor e firme no primeiro e maior amor por Cristo poderá nos sustentar nesta jornada até o fim.

Por fim, uma palavra de exortação: “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei o direito de comer a árvore da vida, que está no paraíso de Deus.” (Ap 2.7). Este último conselho segue do antecedente. Se quisermos permanecer firmes em nossa jornada e serviço a Cristo até o fim deste ano, teremos que pagar o preço que for necessário para cultivar uma vida sensível à voz do Espírito. Portanto, tanto quanto for possível, apeguemo-nos à leitura e à meditação da Palavra de Deus, dediquemo-nos à oração, priorizemos a comunhão com o Senhor e com o seu povo aqui na terra e, então, entreguemo-nos ao serviço ao Rei como fruto da nossa comunhão íntima com o Redentor.

Neste novo ano que temos pela frente, não se renda aos sonhos otimistas nem aos pesadelos pessimistas dos que nos cercam, mas entregue-se aos conselhos reais da Palavra de Deus. Confie na absoluta soberania do Senhor. Persevere no seu serviço a Cristo e à sua Igreja. Guarde o seu primeiro amor mediante um coração devoto ao Rei. Ouça atentamente o que o Espírito Santo quer lhe dizer e lhe ensinar neste ano. E, assim, que o Senhor possa te abençoar rica e abundantemente em 2014!

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