Blog do IBRMEC
Não, eu não errei o versículo bíblico de 1Tm.4.7. E, por favor, não me atirem pedras por tomá-lo emprestado com uma ligeira modificação para esta reflexão.
A razão do título é que gostaria de falar sobre a mordomia no nosso corpo, algo um tanto negligenciado pela média da população cristã.
Antes, alguns dados:
1. De acordo com o portal worldotometers (http://www.worldometers.info/br), no item alimentação, o número de pessoas consideradas desnutridas no mundo está caindo, enquanto o número de pessoas com sobrepeso ou obesidade cresce vertiginosamente.
2. No mesmo portal, há dados sobre gastos com doenças relacionadas à obesidade e sobre gastos com programas para perda de peso nos Estados Unidos. Os números crescem em velocidade assustadora.
3. Em 30/8/2012, a Globo News noticiou que o índice de obesidade infantil no Brasil é semelhante ao dos Estados Unidos.
4. Atualmente, o México é o país que tem a maior proporção de obesos do mundo, com 32,8% da população (os Estados Unidos possuem 31,8%).
Não podemos ignorar que obesidade e sobrepeso são verdadeiras epidemias hoje.
Mas, como isso afeta a igreja? Paulo não disse a Timóteo que o exercício fisico era de pouca importância? Seria o apóstolo um arauto do sedentarismo?
Vamos começar pelo fim. A resposta é não! Paulo não está descartando a prática de exercícios, taxando-a de nociva. Ele está somente comparando a prática de exercícios físicos com a prática de piedade. E para Paulo esta última deve ser mais importante, e concordamos com isso. Embora ele diga que o exercício físico seja de pouco proveito, não significa que não tenha proveito algum!
Agora, em relação à igreja. Muitos cristãos piedosos compreendem os riscos que envolvem o uso do álcool e optam por não beber, embora a Bíblia não contenha nenhuma proibição explícita ao consumo de bebidas fermentadas.
Mas a mesma Bíblia afirma que bebedice (embriaguez) e glutonaria são pecados. E quantas vezes você, como eu, já ouviu a seguinte frase: “crente não bebe, mas em compensação, come bem”? Como sei que nada vem do nada nesta vida, há um fundo de verdade nisso que pode ser comprovada pela observação do perfil avantajado de muitos irmãos.
A disciplina ou mordomia do corpo é um assunto de máxima importância. Certamente ninguém irá para o inferno por ser gordo, mas talvez vá para o céu mais cedo do que gostaria.
A saúde do nosso corpo tem influência direta no nosso ministério. Um bom condicionamento cardiovascular permitirá que você permaneça falando, seja no púlpito, seja em sala de aula, sem que tenhamos que usar um balão de oxigênio ao final de 40 minutos de exposição (um pouquinho de exagero, certamente). Com o peso no lugar certo, haverá maior disposição para o culto, para a meditação e oração, para o evangelismo, para acompanhar jovens em retiros (e como!!!) ou crianças em aula.
A história da igreja nos mostra que servos piedosos não negligenciaram o cuidado com sua saúde e com seu corpo. Jonathan Edwards exercitava-se cavalgando (não sei como ele conseguia) e cortando lenha (a musculação da época). Além disso, era criterioso com o que comia, sempre cuidando para que sua hora de estudo e meditação não fosse comprometida pelo peso de uma alimentação desequilibrada.
Mas o exemplo mais interessante talvez seja o de John Wesley. Leia o trecho abaixo, extraído do livreto Pequena história do povo chamado metodista:
Em 1714, quando tinha onze anos, João Wesley foi levado a Londres para estudar em Charterhouse, uma escola pública, onde era aluno interno. As dificuldades eram muitas, especialmente a falta de recursos para a boa alimentação do menino. Foi aí que o pai lhe recomendou que corresse todas as manhãs dando três voltas em torno dos jardins da escola, um percurso de cerca de três quilômetros. Essa prática de exercícios físicos, que Wesley nunca mais abandonou, acabou sendo responsável pela resistência física que tinha e, talvez, à luz da ciência de hoje, por sua longevidade. Quando tinha 80 anos, ele costumava andar até dez quilômetros para um local de pregação e ainda dizia que o único sinal de velhice que sentia era “não poder andar nem correr tão depressa como antes”. Durante toda sua vida pastoral, Wesley não se cansou de recomendar exercícios físicos aos seus seguidores.
O que dizer à vista dessas coisas? Eu mesmo sou um entusiasta dos esportes. Nado duas vezes na semana e corro outras duas ou três. Sempre que possível durante a corrida, ouço alguma preleção ou aula. Recomendo fortemente os áudios das Conferências Fiel (líderes e jovens) e Anno Domini, claro. No site da ICNV Catedral, as mensagens do meu colega Pr. John estão disponíveis gratuitamente. Ou seja, há recursos para você se exercitar com piedade, ou melhor, aproveitar o momento da disciplina do corpo para também exercitar a cabeça e renovar o coração.
E nada de esperar até segunda-feira, se você estiver lendo este post em outro dia da semana. Comece agora e devagar. Dê uma boa olhada na sua geladeira e vigie seu carrinho de compras. Seu corpo é templo do Espírito e merece cuidado.
