Religião não é negociável. Fé não é negociável. O que cremos não é negociável. É por isso que não existe um Cristão-muçulmano, ou um Hindu-budista, um Judeu-Hare Krishna, nem tampouco um Católico-protestante. Quando abraçamos a fé de todo coração, isso implica, necessariamente, em rechaçar todas as outras crenças, credos ou senhores. Não é uma questão de lealdade. Nem é uma questão de opinião. É algo que vai muito mais fundo. É uma fé que serve de alicerce para todo um modo de pensar, de ver a vida e o mundo.
Fé nos faz intolerantes em termos de intelecto, emoções e paradigmas. Não que o sejamos socialmente. Mas não “toleramos” outras religiões como igualmente verdadeiras. Antigamente, países inteiros tinham uma certa hegemonia na sua fé cívica. Um país muçulmano costumava somente ter muçulmanos. Um país católico idem. Após a Reforma Protestante, cidades inteiras fecharam a questão em torno de lealdade ao Papa ou não. As que eram predominantemente católicas se encarregaram de expulsar ou até matar os protestantes. A mesma coisa aconteceu nas cidades protestantes. Só que nesse caso os exilados ou executados eram os católicos.
Socialmente, a fé leva a dois extremos, mais cedo ou mais tarde. O antagonismo e a intolerância de credo de cada um leva eventualmente a uma intolerância cívica, que acaba em perseguição da minoria. Estamos vendo isso na tão celebrada “Primavera Árabe”. Com o fim das ditaduras, os muçulmanos estão aproveitando os conflitos de rua para extravasarem seu ódio contra os cristãos. Muitos estão perdendo suas casas, igrejas e vidas. Muitos estão fugindo dos seus países, como Egito, Arábia Saudita, Líbano e outros.
Há um outro extremo que vivenciamos no ocidente. Na tentativa de vivermos em plena paz, muitos promovem uma crença que se põe acima das religiões. É um pluralismo que afirma que todos estão certos. Qualquer um que conhece a fé cristã sabe que para ser cristão temos que reconhecer que só Cristo salva. Mas, tragicamente, há “cristãos” que estão tão preocupados em fazer uma política de boa vizinhança que chegam a afirmar que Jesus é o salvador dos cristãos e que Alá também salva os islâmicos. Ao tentar mesclar as religiões num calderão pacífico, muitos estão negando a sua fé. Ficam com verniz cristão, mas abandonam as afirmações absolutas que achamos claramente explicitadas nas Escrituras Sagradas.
Claro que perseguição é indesejável. Mas o oposto também é profundamente indesejável. Entre os dois, ouso dizer que é melhor ser perseguido por fidelidade do que aceito por apostasia. Nesta questão não há uma zona desmilitarizada.
Na paz,
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