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A decadência tem cura

arrependimentoUm dos maiores desafios com o qual lidamos é o de ter que admitir a nossa fraca condição. Mas, seguindo o exemplo bíblico de definir a espiritualidade no lado improvável dos paradoxos, eu diria que o maior sinal de força e coragem que qualquer um pode demonstrar é encarar seriamente a sua fraqueza absoluta. Por mais estranho que isso nos pareça, o testemunho das Escrituras nos leva a ter que admitir que o poder de Deus se manifesta extraordinariamente nessa ocasião, gerando condições para um aperfeiçoamento moral.

Certamente que não há nada de confortável na confissão de pecados e no exercício contínuo do arrependimento. Todas as vezes que paramos para orar e pensar nas palavras que não deveríamos ter dito; nos sentimentos que não deveríamos ter abrigado; ou nas reações impróprias que não tivemos a sabedoria de frear, uma dor aguda corta transversalmente a alma. Na maior parte das vezes reagimos chorando, lamentando e mergulhando num estado de culpa penitencial. Algumas vezes, esse estado se prolonga nos fazendo pensar que devemos fazer algo a respeito e outras vezes se perpetua ao ponto de não conseguirmos contemplar a graça do perdão de Deus.

Se eu tivesse autoridade para definir os extremos da espiritualidade cristã eu apontaria para duas experiências: o arrependimento dos pecados e a recepção do perdão divino. Não sei com que finalidade – mas, talvez para tentar dizer à Deus o quanto nos sentimos indignos e pecadores – mesmo depois de admitir nossos erros temos muita dificuldade de receber perdão. Provavelmente, seja porque sentirmo-nos perdoados, forçosamente nos obrigue a encarar com maior responsabilidade a arte de viver e não tenhamos muito interesse que as coisas realmente mudem, por isso sentimos que a melhor saída é sentar no meio-fio e lamentar, imaginando que a redenção divina se manifesta por esse real sentimento de indignidade.

A redenção inicia no arrependimento mas avança em direção ao perdão dos pecados e recepção da graça divina para vencer cada um deles. Não podemos nos entregar a um estado penitencial de culpa. A culpa não nos redime, não nos liberta. A culpa faz apenas adoecer mais a alma. O perdão nos coloca diante de tudo que Deus tem planejado para nós. Você acredita que Deus perdoa pecados? Acredita que ele é capaz de perdoar os seus pecados e arrancar do seu coração esta profunda sensação de vergonha? Se não acredita, então eu insisto que comece a acreditar, que receba a graça do perdão pela fé no poder justificador do sangue de Jesus.

Arrependimento é simplesmente admitir a desordem e o caos; mas, o caos não é o fim em si mesmo. O caos é o início, uma oportunidade para coisas novas. No princípio a terra era sem forma e vazia, e havia trevas… e disse Deus: Haja luz. Deus não ficou observando o caos, Ele reagiu ao caos. O perdão dos pecados, a justificação das nossas culpas pelo sacrifício de Cristo é a reação divina ao caos imposto pelo pecado. Receba-o! Aceite ser perdoado! Inicie uma nova vida a partir do perdão! Volte a sorrir e andar de cabeça erguida. Esse resgate da dignidade promovido pelo perdão de Deus, me torna a cada dia mais fascinado com o Evangelho e o Seu poder. Que bom é crer que Deus perdoa pecados!

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