Anos atrás, quando ouvíamos cientistas ligados a alguma organização não governamental, falarem em tom de previsão sobre as possíveis catástrofes causadas pela degradação do meio-ambiente, a maioria os considerava loucos ou simplesmente irrelevantes. Hoje, diante das ecatombes naturais (enchentes, furacões e clima desequilibrado), os mais humildes confessam que foram tolos, os mais arrogantes, entretanto, continuam a negar que o planeta geme cada vez mais alto, sob a burra e insensata atitude dos governantes das super-potências em resistirem a assinarem um documento, comprometendo-se a diminuírem sensivelmente a emissão de carbono pelas indústrias e frota automobilística de seus países.
Todo este debate parece não dar em nada. As conferências climáticas ajudam a divulgar os crimes ecológicos, a insensatez das grandes lideranças, mas ao fim ao cabo não produz iniciativas que de fato contribuam para a solução de problemas que há muito ultrapassaram a linha da tolerância. O que fica pra mim é que tudo não passa de desperdício de tempo e dinheiro. Aliás, como é fácil desperdiçar tempo e dinheiro!
Saindo um pouco do “universo verde” e entrando na área religiosa, também temos os nossos exemplos de desperdícios. Fazendo uma rápida retrospectiva de dois mil anos, vemos Pedro e João subindo ao templo para ORAR, e à porta, esmolando, um paralítico. Pedro o encara e diz: “não temos ouro nem prata”… O que vem depois todos nós sabemos: o paralítico foi curado, Cristo foi glorificado e a chama da fé cristã alimentada pela ação sobrenatural de Deus. Tudo isto sem qualquer custo para a recém formada comunidade de discípulos.
Fico com a sensação de que do ponto de vista cristão, as maiores e mais significantes transformações, são feitas sob uma ótica diferente, sem a dependência do dinheiro. Lendo os Evangelhos e o livro de Atos, vejo por trás de todas aquelas histórias fascinantes uma outra dependência, a dependência da oração. Orar não custa nada e faz toda diferença! Jesus orou, seus discípulos oraram e enquanto a igreja foi dependente desta iniciativa, ela avançou, cresceu e conquistou.
Milhões e milhões de dólares, euros e reais são gastos com o fim de evangelizar. No Brasil, igrejas tornaram-se um dos principais clientes das redes de TV aberta e algumas tiveram muito sucesso do ponto de vista empresarial. Depois de aproximadamente 30 anos de operação nessa direção, constatamos que todos estes caminhões de dinheiro não conseguiram mudar a face do país. Ainda somos uma nação injusta; governados por gente injusta; afundada na corrupção e destruída pela imoralidade.
Olhar pra trás faz bem! E se quisermos aprender, vamos constatar que o poder de transformação e influência da igreja não está estampada nos enormes orçamentos, mas na agenda da oração, na disposição de testemunhar do amor de Deus e na ousadia de quem realmente foi cheio do Espírito, e isto, não custa nada.