O sábio rei Salomão afirmou que haviam quatro coisas que ele não entendia: o caminho da águia no céu; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela (Provérbios 30:18, 19). Na verdade, ele não compreendia as rotas escolhidas pela águia, pela cobra, pelos comandantes das grandes embarcações e pelos casais apaixonados. Pra falar a verdade, a minha lista de “não entendo” é muito maior que a dele, especialmente no que toca as trajetórias, pois quando se fala em trajetórias pensamos em destinos, no onde se quer chegar. Assim, possivelmente Salomão estivesse a pensar sobre onde a águia quer chegar voando tão alto; onde a cobra quer chegar fazendo um caminho tão sinuoso; onde os casais querem chegar vivendo irracionalmente a antítese de suas juras e paixões?
Eu não entendendo o caminho das famílias na terra; não entendendo o caminho da igreja no mundo; não entendendo o caminho dos cristãos numa sociedade injusta como a nossa; não entendendo o caminho de amigos que se tornaram inimigos; não entendendo o caminho da teologia depois de tantas crises e revoluções ao longo da história… Puxa, eu não entendendo uma porção de outras coisas! Mas, há alguns fatos que me desafiam mais do que outros.
Como é difícil pra mim entender o porquê de tantas rixas, contendas e tensões entre os que se amam! Como é difícil pra mim entender a impaciência com os mais fracos e mais velhos! Como é difícil pra mim entender a razão de tanto desânimo naqueles que deveriam viver sob intenso ânimo e alegria! Como Salomão, eu não entendendo os caminhos escolhidos pelas pessoas, o jeito que cada uma escolhe viver: privilegiando o desperdício de tempo e de vida; desprezando a paz e a tolerância; fazendo guerra e impondo a força. Definitivamente, há uma infinidade de fatos, temas e posturas que desafiam a inteligência e o bom senso, coisas que morreremos sem entender.
Entretanto, há um ponto positivo nessa reflexão e na publicação das nossas listas de “não entendo”: é que numa dessas despretensiosas declarações públicas, alguém pode acordar para avaliar seus próprios caminhos, fazer uma revisão de conduta e começar a atuar de um modo mais sábio. Assim sendo, sugiro que todos avaliem seus caminhos, suas escolhas e suas trajetórias de vida, sob o realismo dos destinos a que cada uma delas os levará. Responda: Pra onde está indo o meu casamento? Pra onde está indo a minha saúde? Pra onde está indo a minha família? Pra onde está indo a minha fé? Pra onde está indo a minha própria alma?
Com amor e carinho,
Pastor Weber