Por John McAlister
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12.2
De uns tempos para cá algumas famílias têm me procurado nesta época do ano para perguntar: “Pastor, o que o senhor pensa do Halloween?” Esta celebração, antes conhecida apenas na América do Norte, tem se tornado cada vez mais presente no calendário de empresas, condomínios, casas de festas, cursos de língua inglesa e, agora, no currículo de várias escolas onde nossos filhos estudam. Afinal de contas, qual deve ser a nossa postura diante de tal fenômeno?
Uma simples pesquisa revelará que os antecedentes desta festa são nada recomendáveis. Originada entre os celtas na Irlanda, séculos antes do nascimento de Cristo, o Halloween – forma abreviada do inglês All Hallows’ Eve, véspera do dia de todos os santos no calendário católico romano – tem em sua simbologia e em seus rituais uma clara identificação com a magia, a feitiçaria e o culto aos mortos. Isso por si só já deveria nos causar um grau elevado de preocupação e vigilância.
“Mas pastor, como algo tão oculto e tenebroso pode ser tratado com tanta naturalidade e simpatia pelos professores das nossas crianças?” Precisamos entender que já há algum tempo a nossa cultura vem se abrindo para uma forma de ocultismo conhecida como “magia branca”, a magia benevolente, por assim dizer. Tanto na literatura como nos filmes e desenhos temos visto o aumento da presença de bruxinhos e bruxinhas, fadas e feiticeiros, e toda sorte de personagens do universo místico característico das religiões pagãs. Numa sociedade cada vez mais tolerante e aberta para essas manifestações, o Halloween representa apenas mais um passo nessa exposição crescente dos nossos filhos ao ocultismo travestido de folclore.
Como ministro do Evangelho minha resposta à pergunta inicial poderia ser um simples: “Diga não ao Halloween! Proteste! Fuja!” Embora eu concorde que devemos proteger nossos filhos impedindo-os de participar desta celebração, creio também que a nossa responsabilidade como pais e educadores vai além disso.
Coincidentemente, no mesmo dia 31 de outubro em que se celebra o Halloween, ou dia das bruxas, a Igreja Protestante celebra o aniversário da Reforma Protestante. Nesta data, há quase 500 anos, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittenberg as suas 95 teses convocando a Igreja a um diálogo crítico acerca dos costumes da Igreja e da sociedade da época à luz da Palavra de Deus. Este evento acabou por desencadear o que ficou conhecido como a Reforma e o nascimento da Igreja Protestante.
Creio que hoje vivemos essa mesma situação dos reformadores. Está na hora de pararmos, pensarmos e avaliarmos os tempos segundo a Palavra de Deus. Em vez de apenas dizer “não” aos educadores e aos nossos próprios filhos, os quais poderão se sentir prejudicados e excluídos da celebração dos seus colegas, precisamos também sentar e aprender a conversar com eles sobre as coisas de Deus. É hora de reunir a família, abrir a Palavra e juntos buscarmos a direção do Senhor, não só em função de uma celebração pagã, mas em função de tudo que fazemos como povo de Deus.
A pergunta que devemos fazer sobre o Halloween ou qualquer celebração ou qualquer agenda da nossa casa é: “Como isso promove a glória de Deus em nossa vida? Podemos orar e concordar sobre isso em nome do Senhor Jesus Cristo? Isso agrada o Espírito Santo? A Palavra de Deus assim permite que o façamos?” Agindo assim, certamente estaremos honrando o legado dos pais da Reforma Protestante, mas, acima de tudo, o próprio âmago das Escrituras Sagradas.
Que o Senhor seja louvado em sua vida, em sua família e em nossa igreja. A Ele seja toda glória!