Por Sam Storms
Qual é o apelo do legalismo? Deixe-me mencionar cinco questões que levam pessoas a abraçar o legalismo.
Em primeiro lugar, o legalismo nos fornece um sentimento de segurança que nos permite sempre saber exatamente o que fazer em todo dilema moral imaginável. Há uma certa segurança psicológica em ser moralmente rígido.
Em segundo lugar, o legalismo cultiva o orgulho. “Veja tudo que os outros abraçam, do qual eu estou disposto a abrir mão! Outros pode se entregar, mas eu tenho a disciplina e o padrão moral que lhes faltam. Eu tenho uma vontade que verdadeiramente ama a Deus. Portanto, Deus realmente me ama” (com a implicação de que Deus não ama verdadeiramente aqueles que escolhem um outro caminho, ou pelo menos não os ama tanto quanto me ama!).
Em terceiro lugar, ele fornece uma desculpa para manter o controle. Nunca será necessário temer o desconhecido pois sempre haverá uma regra ou lei (feita por mim, é claro) para governar toda situação. Afinal, sem regras, as coisas se tornarão um caos (ou pelo menos é isso que o legalista pensa).
Em quarto lugar, há conforto no conformismo. Há sempre uma garantia quando outras pessoas vivem como nós, mesmo que não haja uma licença bíblica explícita para tanto.
Por último, alguns abraçam o legalismo a partir de uma preocupação genuína, de coração, em relação a outros crentes. Eles, na verdade, são motivados por amor e compaixão, preocupados que a guerra espiritual de outros está em risco. Eles temem que outros certamente “cairão” se seguirem um certo caminho, mesmo que esse caminho não apareça em lugar algum das Escrituras (veja, particularmente, Romanos 14.4).
Conclusão
Tenho três comentários a fazer, para encerrar.
Primeiro, o cristão não está livre para fazer o que a Bíblia proíbe. A liberdade cristã não implica o direito de fornicar ou roubar ou mentir ou persistir numa atitude de não perdoar ou a fazer qualquer coisa que as Escrituras explicitamente proíbem. E a pessoa que, em amor, aponta essas coisas não é um legalista por tê-lo feito!
Segundo, Deus não quer que sua vida cristã seja caracterizada ou dominada por medo, culpa e intimidação. Ele quer que você experimente regozijo sublime, liberdade, intimidade e deleite n’Ele. Ele quer que você tenha alegria na sua liberdade e a use em serviço de amor pelo próximo. Isso leva diretamente à terceira e última conclusão.
Terceiro, há algo mais importante que o mero exercício da liberdade: amor. Leia Gálatas 5.13 novamente. Eu recomendo fortemente que você leia meu estudo de Romanos 14 (que será postado em breve) onde discuto as razões pelas quais às vezes precisamos abrir mão de uma liberdade cristã legítima pelo bem de um irmão.