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Minha experiência libertadora com redes sociais | Por Walter McAlister

Acabei de ler um livro, que deve ser lançado no Brasil em outubro deste ano, chamado “Minimalismo Digital”. Foi escrito por um jovem professor universitário que, embora tenha menos de 40 anos de idade, nunca aderiu às redes sociais. Isso mesmo, ele já é professor, doutorado e autor de cinco livros de sucesso… e não usa redes sociais. Nunca teve Facebook, Twitter ou Instagram. Parece alguém que está completamente por fora das coisas, mas surpreendentemente não está. Ele continua informado, atuante e ainda consegue ter uma vida de sucesso nesse mundo pautado pelo virtual.

Como ando em crise com a internet (falarei mais sobre isso em outro post) e estou me questionando sobre o valor relativo dessas ferramentas, me interessei pelo livro. Além de falar das coisas que já sabia sobre as redes serem ferramentas que nos usam, mais do que são usadas por nós, ele dá dicas muito claras de como avaliar e reprogramar o nosso envolvimento com elas.

A grande maioria das pessoas pensantes neste mundo já caíram “na real” de que as redes são estruturadas para nos prender a atenção. Cada clique vem com o que nos interessa e muitas outras provocações que não nos interessaram, mas que podem nos provocar a curiosidade, levando-nos a “surfar”, pulando de assunto em assunto até que nos tocamos de que gastamos um tempo que nem tínhamos a intenção de dedicar à rede. É viciante e acaba monopolizando a nossa vida. Esse tempo é traduzido em estatísticas que ajudam os fornecedores de conteúdo a lucrar. Cada um que repete o mantra “clique no like” ou “clique no sininho” está pedindo você para gastar mais um tempinho com eles, inscrevendo-se para que eles sejam monetizados e assim lucrem com parte da renda que a rede tira do nosso tempo. E não é pouca coisa não. Literalmente, nós somos o produto da rede. Nosso tempo é a moeda que eles querem acumular, cada dia mais.

Boa parte das armadilhas do tempo que são instaladas nessas ferramentas se dirigem principalmente aos aplicativos nas suas versões móveis. Os do laptop são mais básicos. Mas os de celular são recheados de gatilhos para nos manter distraídos e conectados. São literalmente truques para nos manter ligados. E estamos ligados o tempo todo. Ouvi alguém dizer outro dia: “fui pro banheiro e esqueci meu telefone. Foi um tédio”. O que é isso? Não conseguimos usar o banheiro sem ter um celular na mão? Realmente somos uma geração que não tem mais controle da sua mente. Não conseguimos conviver com um momento sequer de paz.

O assunto é vasto, mas acabei tomando duas decisões. Primeiro, não deixo o telefone ao lado da cama à noite. Não é a última coisa que vejo antes de dormir, nem a primeira ao acordar de manhã. A segunda coisa que fiz foi apagar todas os aplicativos não-essenciais do meu telefone. Para checar meu Facebook, só no laptop, e mesmo assim, é pra entrar e sair. Faço o mesmo com Twitter. Instagram nem tenho. No telefone só mantenho o WhatsApp, pois faço parte de uma rede entre os pastores e bispos da nossa denominação. E pronto.

Confesso que só por fazer isto, já estou sentindo uma diferença expressiva no caminhar do meu dia. Deixo a sugestão.

WM

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