O advento da internet, particularmente das redes sociais, criou uma espécie de fórum no qual todo mundo dá a sua opinião sobre qualquer assunto. Cada post, cada vídeo, cada opinião se depara com uma cacofonia de opiniões a favor, contra etc. De palavrões a “emojis”, de expressões que nem existem no mundo real a abreviações que, confesso, sequer entendo, há de tudo.
Inicialmente isso me surpreendeu. O fato de tantas pessoas terem tanto a dizer sobre o que eu postava ou gravava me surpreendeu. Por que pessoas se dão o trabalho de registrar suas reações? Por que pessoas são tão agressivas? Por que acham que isso faça a menor diferença na vida alheia? Sim, pois esta é a questão. Não?
Pessoas acham que suas opiniões fazem uma diferença, que as redes sociais oferecem um espaço para mudar a opinião dos outros. Só que (e você pode até discordar de mim) ninguém muda de opinião por causa da sua opinião. Sua opinião, portanto, não tem a menor importância.
Quando eu apago opiniões postadas em resposta a meus vídeos ou aos pensamentos que compartilho, recebo as reações mais engraçadas. Há pessoas que se sentem profundamente ofendidas. Protestam. Dizem que têm direito a sua opinião. Isso é verdade, é claro. Mas como já falei inúmeras vezes, as minha páginas (especialmente do Facebook) não são democráticas. Minha página é regida por mim. É literalmente uma ditadura do Walter. Eu decido o que fica e o que não fica. Eu sou o xerife da minha página. Não preciso me desculpar. As sensibilidades democráticas que me aguentem. Não tolero palavrões. Não tolero pessoas que pegam carona na minha página para se promoverem. Não tolero postagens estúpidas. E não tolero pessoas que me atacam pessoalmente, nem que ataquem outras pessoas pessoalmente. Ofensas não têm lugar na minha página.
De certo modo tolero as muitas opiniões. Mas no fundo tenho por mim que nenhuma delas realmente tem importância. É uma espécie de catarse pública que pessoas parecem precisar, uma maneira de deixar a sua marca em algum lugar, uma expressão que realmente só tem importância para quem a emite. Para os outros, e até para mim, as opiniões não mudam o modo de pensar de ninguém.
Claro que raramente alguém pede um esclarecimento. Aí já é outra coisa. Procuro responder, embora confesso que tenho tido muito pouca paciência para sequer ler o que é postado. De vez em quando alguém realmente faz uma pergunta e aí tento atender com uma resposta coerente.
No início eu acreditava no poder de convencimento da internet. Várias vezes sucumbi à tentação de comprar a briga. Foi exaustivo. Algumas poucas vezes perdi a calma – pura ingenuidade da minha parte. Mas não mais. Agora, passo os olhos. Se alguém é ofensivo, me limito a bloquear. Se alguém é inconveniente, apago o comentário. Se for abusivo, bloqueio. Mas todo esse esforço é no fim das contas um exercício em inutilidade. Lamento dizer isso. Muitos ainda acham que estão dialogando. Mas nas redes sociais não há diálogo. É uma espécie de luta livre verbal sem regras, sem respeito pelo próximo e sem civilidade. Alguns ainda tentam. Mas tantos entram para anarquizar que cheguei à conclusão que a mídia em si é inadequada para um discurso racional.
No fim, a opinião importa mesmo para quem a registrou. Agora, precisamos gastar tanta energia nisso? Pessoalmente, duvido.
WM