Toda oração começa com gratidão, louvor e o reconhecimento verbal da grandeza, excelência e majestade de Deus. Davi o disse bem no Salmo 100:
Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra! Prestem culto ao Senhor com alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres. Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele: somos o seu povo, e rebanho do seu pastoreio. Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios, com louvor; deem-lhe graças e bendigam o seu nome. Pois o Senhor é bom e o seu amor leal é eterno; a sua fidelidade permanece por todas as gerações.
Oração começa com o reconhecimento verbal da superioridade e do amor fiel de Deus. Quando lemos sobre a visão de João no livro de Apocalipse, reconhecemos que o trono de Deus é cercado por seres que louvam o seu nome dia e noite. Louvor é o ambiente no qual Deus vive. Sendo o ser mais elevado, perfeito em todas as coisas, eterno, infinito e mais belo que milhares, é impossível contemplar quem Deus realmente é sem louvá-lo. Com poucas palavras, Jesus nos ensina, portanto, que Deus é Pai. Mostra-nos que nos aproximamos dele como membros de um corpo e não como indivíduos isolados. Jesus nos lembra que Ele é soberano e elevado acima de todos os assuntos e seres que possamos imaginar. E, finalmente, nos lembra que tudo começa com louvor.
Aliás, oração começa com Deus. Oração não começa comigo, meus problemas, sentimentos ou necessidades. Oração começa com a contemplação daquele com quem estamos falando. Começa com o louvor daquele que nos salvou, pela graça, e que pode nos salvar e socorrer sempre.
Mas quando falamos da exaltação do nome de Deus, fazemos bem em lembrar que levamos esse nome. Somos conhecidos por esse nome. Nossa salvação se deve ao fato de termos depositado a nossa fé no nome do nosso Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Voltemos aos primeiros mandamentos que Deus deu ao seu povo quando esperava no sopé do Monte Sinai.
Moisés recebeu as tábuas da lei com as dez “palavras do Senhor”. Essas palavras literalmente nos revelam a ordem da justiça de Deus – uma expressão da sua pessoa e do alicerce de vida para toda a criação. As três primeiras leis tratam do nosso relacionamento com Deus (assim como o Pai Nosso faz, mas de modo diferente). A primeira palavra nos manda nunca ter outro deus além de Deus, o Criador. Um deus é alguém que define o nosso mundo, nosso universo. É alguém que adoramos e pelo qual somos conhecidos. É alguém (ou algo) que nos identifica e estrutura as nossas prioridades. Muitos deixam outros deuses se misturar a seu culto a Jesus Cristo. São cristãos, mas rezam outras cartilhas para garantir certos benefícios. Se prostituem pelos votos maçônicos, pela mentira exigida num tribunal ou pela propina paga para poder continuar a exercer o seu comércio. Vivemos num mundo potencializado por feudos, poderes, principados e domínios. Cada um exige que nós sejamos seus vassalos, seus servos, para que possamos transitar no seu mundo. Por isso, há quem venha aos cultos na sua igreja e confesse Deus como Senhor das suas vidas. Tragicamente, muitos destes mesmos “crentes” violam a sua consciência e negam os credos que fazem parte do seu culto para poderem se “dar bem” no seu mundo secular.
Mas há uma segunda lei que fala de não levantar ídolos. Ou seja, não venerar algo visível além de Deus, que é invisível. Quantos cristãos, após terem cultuado Deus na sua igreja, idolatram os seus filhos, os seus carros ou a sua profissão? É uma lei que segue a primeira. Não somente ter o Criador como seu único Deus e Senhor, mas não levantar uma representação visível dos deuses que você cultua.
Se transgredirmos os primeiros dois mandamentos, certamente violaremos o terceiro, que é o de não “levar o nome do Senhor em vão”. Em vão cultua Deus quem se apega a outros deuses. Em vão leva o nome de Deus quem não vive uma vida radicalmente definida pelas Escrituras. Em vão leva o nome de Deus quem em sua vida denigre a sua confissão pelos seus atos.
Quando oramos, portanto, “santificado seja o teu nome”, estamos pedindo que Deus realize em nós uma verdadeira revolução. Estamos pedindo que Ele nos conceda integridade e coerência cristã. Alem de “louvar” Deus, estamos pedindo que nossa liturgia devocional se torne uma liturgia de vida. Temos que levar o nosso culto para cada instância da nossa vida, pois cada centímetro da vida do cristão pertence a Deus. Ou estamos honrando o seu nome ou não. Assim, a oração do Pai Nosso começa com um pedido urgente e implícito. Pedimos que Deus nos aprume. Pedimos que Deus faça da nossa vida um ato perpétuo de louvor e exaltação ao seu santo nome – não de palavra somente, mas de atos, gestos, reações e relacionamentos.
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