Todos os anos a nossa igreja organiza a ESCOLA DE PAIS. Por quatro semanas, colocamos todos os nossos esforços no oferecimento de conteúdos que possam ajudar pais cristãos a educarem seus filhos no temor de Deus. Já perdemos a conta de todas as histórias tristes que ouvimos e pedidos-de-oração tocantes recebidos, anonimamente ou através do contato pessoal. A medida que este evento se aproxima, preparo-me para chorar um pouco além do costume e fazer os mesmos questionamentos habituais sobre o tamanho despreparo dos adultos para lidarem com as crianças.
No começo eu assumia uma postura “militar” involuntária tentando encontrar culpados e instaurar a ordem. Depois, fui compreendendo que os adultos também sofrem de “falta de jeito” para lidarem com o universo infantil. Foi aí que comecei a sofrer mais intensamente. Pois, antes eu achava que era só uma questão de revitalizar a autoridade, mas depois fui descobrindo que o problema era bem maior do que eu poderia imaginar. Descobri que os pais não sabiam o que fazer; como lidar com os fenômenos à sua volta nem com as tendências deste tempo. Chorei mais! Desesperei!
Meu desespero se deu por conta da fé que carrego: a de que não somos melhores cristãos do que demonstramos em casa, fora do olhar crítico ou apreciador do público. Concluí: meu Deus, tenho centenas de cantadores de hinos diante de mim e acompanhadores de liturgia! Cheguei a imaginar que era um autêntico fracasso como pastor. Levou tempo até eu ouvir o grito de socorro que vinha dos mais diferentes lares, das mais diferentes famílias, e eles eram unânimes a gritarem em coro: Desce às nossas casas e ajuda-nos!
Comecei a minha trajetória na tentativa de educar os que já deveriam saber educar; a ensinar o B-A-BA da vida cristã familiar; a falar sobre temas que para muitos deles estavam encobertos. Confesso que de todos os que faziam parte do currículo que eu pretendia cobrir, o mais difícil de ensinar foi o que deveria ser o mais fácil: amor. Acredito que até o mais experiente e piedoso dos cristãos, deveria fazer uma revisão constante sobre a sua capacidade de amar. Ouvi sobre pais que não conseguiam abraçar; mães que não conseguiam conversar; filhos que sentiam medo e declaravam que nunca se sentiram amados. Você pode imaginar o quanto foi difícil a minha trajetória?
Vou começar outra ESCOLA DE PAIS no próximo mês, e de novo tenciono repassar o mesmo currículo temático: Amor; Devoção; Limites; Lazer; Descanso; Unidade; Acompanhamento; Cultura; Perigos… Fico pensando na multidão de pais que nesse momento estão se perguntando: O que é que eu faço? Gente espalhada por todo este Brasil. Gostaria de poder contribuir com os anônimos de alguma maneira, especialmente orando. Se você tem algum pedido de oração nesse sentido, encaminhe-nos pessoalmente, ou deixe um comentário para que o seu pedido seja lido por todos.
Com amor e carinho,
Pr. Weber