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Para que Deus nos chamou, afinal?

Com uma frequência cada vez maior, observo que a nossa juventude cristã está sendo desvirtuada da verdadeira missão da Igreja. Em vez de fazer o que Jesus nos chamou para fazer, é levada para um ativismo que nada tem a ver com a proclamação do Evangelho. No intuito de “fazer uma diferença” há jovens sendo conclamados para participar de campanhas, carregar cartazes e ir às praças, denunciando o que há de mal, de errado e de corrupto na sua cidade, no governo e no país. Um exemplo recente foi o megaevento chamado Rio+20, em que houve grupos identificados como cristãos que protestaram contra o abuso do meio ambiente e coisas dessa linha.

Há alguns meses me desliguei de um grupo criado com a bela intenção de promover a união na Igreja – algo importante, fundamental e urgente. Eu me envolvi, acreditando que caminharíamos rumo ao espiritual e suas implicações, à definição de uma identidade entre os diversos grupos que há na chamada Igreja evangélica (protestante) do Brasil de nossos dias e outros aspectos que estão faltando em nosso meio. Mas, com o tempo, esse grupo emitiu manifestos “contra aumentos abusivos dos salários dos nossos representantes federais”, como também sobre “a posição evangélica vis-a-vis o avanço agressivo da agenda política dos homoafetivos”. Em cada uma dessas instâncias, ouvi ser dito o seguinte: “A Igreja precisa exercer o seu papel profético na sociedade”.

Deixe-me fazer algumas considerações acerca dessa visão equivocada sobre o que vem a ser um papel profético e como ele é exercido.

O profeta é alguém que fala em nome de Deus. Ele traz uma mensagem do Senhor para os homens com o seguinte aviso: a terra é do Altíssimo e todos os que praticarem o mal serão julgados por Ele. Para que a voz seja de fato profética, quem fala tem que se pronunciar em nome de Deus e citando as suas palavras, com os devidos avisos de juízo divino. Em nenhum momento a voz profética se limita a denunciar o mal. Ao vasculhar as Escrituras, vemos que todos os profetas transmitiram mensagens claramente fundamentadas na aliança entre Deus e o seu povo. Mesmo quando profetas proferiram mensagens de juízo a países vizinhos a Israel, elas tiveram como base o fato de toda a terra pertencer a Deus, em virtude do fato de Ele tudo ter criado. Portanto os habitantes, reis, generais e outros iriam prestar contas a Deus por seus abusos, suas atrocidades e seus pecados.

Há alguns paladinos da justiça que vêm recrutando nossos jovens para suas campanhas públicas. Pergunto o porquê de não falar claramente num tom que remeta ao Evangelho. A resposta é sempre que os povos deste mundo não entendem a linguagem “bíblica” e, portanto, precisam ser movidos por argumentos mais humanistas. O apelo é sempre para o que seria “humano”, “direito”, ou “razoável”. Só que a voz profética não tem como base a razão, tampouco o humanismo e muito menos o direito democrático. A voz profética se define por ser um recado de Deus para os homens. Exclusivamente isso e com todas as letras.

Então, sem a clara expressão das máximas bíblicas, com as devidas repreensões e avisos, essa “voz” tem outro nome: política.

“Política é a aquisição e o uso de poder”: essa definição é uma citação direta de um deputado federal que afirma ser evangélico, emitida durante uma reunião na qual estive presente. Pois bem, em se tratando de manifestações públicas, há dois poderes em jogo. O primeiro é o poder da massa. Se a manifestação conseguir mobilizar muitos, então certamente atrairá a atenção de políticos que ou ficarão interessados em usar os que conseguem mobilizar tantos ou ficarão atemorizados pela mesma razão. Mas há um segundo poder sendo empregado. É o poder da mídia. Tanto que ela é chamada de “o quarto poder”. Além dos três poderes (executivo, legislativo, e judiciário), existe esse quarto poder, que realmente exerce influência avassaladora sobre o imaginário coletivo. A mídia tem o seu poder maior em nossos dias concentrado na televisão. Isso pode mudar com o advento da internet. Mas ainda é uma ficha muito forte no jogo de poder. Claro que mídia também compreende jornais, revistas e, não vamos nos esquecer, da rádio.

Muitos grupos aproveitam grandes eventos e de expressão internacional para protestar. E aqui vem mais uma questão que separa e distingue a voz profética das outras: ela sempre fala contra o que todos concordam ser razoável. A voz profética não faz coro com outras vozes. Isso porque sua origem não está no inconformismo com o status quo. Não parte de uma revolta com a situação calamitosa e podre da sociedade ou do Estado. Nada disso: a voz profética, necessariamente, nasce das Escrituras e de um imperativo proclamatório muito claro.

Muitos citam exemplos veterotestamentários para robustecer a sua campanha de protesto político. Só que os profetas do Antigo Testamento foram levantados para falar aos reis de Israel e, consequentemente, para o povo de Deus, que tinha se afastado da aliança feita entre o Todo-Poderoso e os israelitas. Assim, vemos que toda voz profética é pautada por uma chamada de volta à aliança. A própria apresentação de Deus foi: “Eu sou o Senhor, seu Deus, que lhes tirou do Egito”. Ou seja, quem vos fala é quem vos salvou.

Outros argumentam em favor da mistura com a política usando o exemplo de Daniel como profeta aos povos estrangeiros. Mas poucos lembram dos detalhes. Daniel foi levado ao cativeiro na Babilônia e, como membro da elite de Israel, foi forçado atuar perto do rei. Suas ações foram pautadas por insistir em servir ao Senhor somente e não se curvar perante as exigências de Nabucodonosor. Sua desobediência civil foi limitada a seu culto a Deus, pelo qual foi lançado aos leões.

Há ainda os que citam “heróis” modernos: Martin Luther King é um dos prediletos. King, um homem negro, foi campeão da causa da sua raça em prol de igualdade de tratamento racial. O fato de ele ter sido pastor é citado como exemplo do que “homens de Deus devem fazer”. Mas sua condição de líder civil não foi uma função ministerial e sim cívica. Usá-lo como exemplo de um bom pastor é uma falácia (post hoc ergo propter hoc – ou seja, um fato é necessariamente consequência do que o antecede).

Sei que há inúmeros jovens cujo idealismo está sendo inspirado para tentar corrigir os males da nossa sociedade. Mas a nossa proclamação não é no sentido de mudar o mundo. Somos chamados para sermos pescadores de homens. Somos chamados para proclamar que Cristo salva quem é escravo do pecado (Mc 16.15; Mt 10.27; 28.19). Somos chamados para orar para o Senhor da seara, para que ele mande mais trabalhadores (Mt 9.38; Lc 10.2). Somos luz e sal, por definição. Luz brilha com o que Deus fez e não com o que os homens pecaminosos deveriam fazer, pelo seu bom procedimento. Sal preserva a terra e impede que o juízo de Deus venha de vez. Veja exatamente o que Jesus disse, logo após as bem-aventuranças:

Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus. (Mt 5.14-16) [ênfase minha]

Veja que o resultado de proclamação não é forçar homens maus a agir como cristãos sem serem cristãos, mas a se render a Deus com louvor. E o que leva os homens a louvar, adorar e glorificar o Senhor? Não é revolta ou protesto, mas pureza e vidas que brilham.

No seu julgamento, Jesus falou, com todas as letras: “O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui” (Jo 18.36). Após a liberação de Pedro e João da prisão, os que estavam reunidos oraram: “Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente” (At 4.29).

Dedicar as nossas vidas à proclamação do Reino de Deus não é alienação ou omissão. É a escolha mais corajosa. O plano de salvação é mais poderoso do que qualquer manifesto político. Não falta quem irá aplaudir uma igreja “relevante”. O difícil é levar a mensagem que o mundo rejeita – todo o mundo. Não fomos chamados para fazer o que um não cristão faria. Fomos chamados para fazer aquilo que só quem é salvo pela graça de Cristo é capaz de fazer.

Na paz,

+W

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A leitura inspecional Parte 3 | por Gabriel Carvalho

Dando sequência à nossa série de textos “Leia mais e melhor”, finalizaremos neste texto as …

  • RESPEITO O SEU POSICIONAMENTO BISPO WALTER, MAS O QUE DE FATO A IGREJA NOVA VIDA TEM FEITO PARA PREGAÇÃO DO EVANGELHO COM OS SEUS JOVENS? O SENHOR FALA QUE FOMOS CHAMADOS, O QUE PARA O SENHOR SIGNIFICA ?O QUE A IGREJA TEM QUE FAZER ENTÃO? FICAR DENTRO DAS IGREJAS, NOS SEUS CLUBES, QUE NÃO ENTRA NINGUÉM E AINDA POR CIMA QUEREM TIRAR AQUELES QUE QUEREM FAZER ALGUMA COISA,AQUI É BRASIL O POVO TEM NECESSIDADES DE TUDO O QUE FAZER ENTÃO BISPO SÓ ORAR ? ME DESCULPE MAS NÓS CONVIVEMOS COM PERIGOS TODOS OS DIAS , NOSSOS FILHOS VÃO PARA O COLÉGIO ONDE BALAS PERDIDAS PASSAM SOBRE SUAS CABEÇAS, O POVO DE HOJE É O MESMO POVO QUE ANDAVA ATRÁS DE JESUS, PROCURANDO O SALVADOR E MESMO O REINO DELE NÃO SER DESSE MUNDO ELE CURAVA FAZIA MARAVILHAS NAS VIDAS DAS PESSOAS , E FAZ ATÉ HOJE, QUEM SOU EU PARA TENTAR ENSINAR O SENHOR NÃO TENHO ESSA INTENÇÃO, EU ENTENDO O SENHOR, TEVE OUTRA CULTURA, OUTRO MUNDO, MAS A MASSA, ESSA CONTINUA EM BUSCA DE ÁGUA PARA BEBER QUE SÓ O SENHOR JESUS PODE DAR.

  • Hanna,

    Em primeiro lugar, escrever em caixa alta é uma forma de gritar na internet. Desagradável. Mas, vamos conversar. Primeiramente, eu usei ponderações bíblicas. Tentar me desqualificar ou desmerecer o meu argumento baseado nas minhas origens é uma tática que puxa a discussão para baixo. Melindres são uma forma de discussão completamente improdutiva e não levam a nada. Segundo, tentar desmerecer o que falei questionando o que os jovens da ICNV fazem ou não fazem, também não responde às minhas ponderações. Sua implicação é dupla: que eu não entendo a situação e que nada faço de útil.

    Eu convivo bem entre todos os membros da ICNV, muitos que realmente vivem cercados de balas perdidas. Cresci no Brasil. Me naturalizei brasileiro. E não sou um alienado. Segundo, nossos jovens estão proclamam o evangelho, que é o que falei ser a resposta certa ao mundo ao nosso redor. Será que todos eles fazem isto? Claro que não. Na ICNV, assim com em todas as igrejas temos visto uma geração menos engajada do que vimos nos tempos passados. Mas trabalhamos para mobilizar e treina-los no nosso projeto Geração Ação. Louvo a Deus pois estamos virando esta mesa, também.

    O que argumento aqui é a ineficácia do protesto, assim como o desvio de missão que o protesto representa.

    Entendo sua emoção. Mas não ajuda em determinar missão. Jesus viveu numa época de enorme opressão, por parte do império Romano, de corrupção às mãos do Sinédrio, dos coletores de impostos e publicanos. Todavia, ele andou pela Palestina fazendo o bem no poder do Espírito Santo, curando, libertando e proclamando o Reino de Deus. É esta a missão que estou tentando enfocar e para o qual nos trazer de volta.

    Agora, dizer que não sou quem possa falar, nem faço o que seja em prol da situação é uma acusação feia e me desmerece. Isto não procede, nem ajuda a ponderar os caminhos da Igreja de Jesus Cristo. Tento trazer ponderações fundamentadas nas Escrituras. É certo que o nosso contexto é urgente. Disto não tenho a menor dúvida. Já enterrei crianças demais. Já consolei vítimas demais. Já chorei e passei as minhas noites em claro. Carrego no meu corpo cicatrizes do ministério, de traições e de injustiças. Mas não protesto. Continuo a tentar fazer o bem, que começa pela clara exposição da única verdade que liberta: A Palavra de Deus.

    Na paz.

  • Bispo, concordo com suas palavras. Tenho uma posição mais “radical”, pois afirmo que deveríamos reformar mais a igreja, e sermos perfeitos. O impacto seria muito maior.

    Agora a minha dúvida é sobre o Reino de Deus. Os israelitas rejeitaram a Deus e pediram alguém falho que reinasse sobre eles. Dúvidas:

    1) Vejo que a nossa geração tem rejeitado a corrupção, o capitalismo, a destruição do meio ambiente. Sei que é a nossa missão, mas é possível que o Reino de Deus mude a sociedade em que vivemos? Ou viveremos os tempos em que será difícil achar fé na terra?

    2) Sei que há diferença entre o povo de Israel e o mundo em que vivemos, mas é possível vivermos nesta era em uma sociedade sob a lei de Deus apenas? Com Deus, e somente Deus, reinando sobre nós?

    3) Diante de um mundo tão globalizado, e complexo financeiramente; incluindo também as leis e éticas. Seria possível viver sem as nossas constituições e códigos, apenas vivendo a lei do amor?

    Resumindo: O reino de Deus seria a sociedade perfeita? (não estou levando em conta se é possível implanta-lo totalmente na terra ou não)

    Muito obrigado,

    Em Cristo,

    Diogo

  • Diogo,
    Excelente! Assim vamos progredir na discussão. Vou tentar responder, então vamos.
    1. Não creio que veremos o Reino de Deus na sua plenitude até que Cristo volte. Até então vivemos o que o autor da carta aos Hebreus chama “o poder de uma era vindoura”. Vemos “flashes” desta época vindoura com cada milagre que acontece: reconciliação entre irmãos, consolo, cura, libertação, e por aí vai. Não mudamos a “sociedade”. Deus muda pessoas, uma de cada vez. Todos virão? Não. Mas há um remanescente fiel que representa o “sal e a luz” da terra.
    2. O nosso mundo jaz no poder do maligno. Mas a terra é do Senhor. Ou seja, misteriosamente, tudo que vemos e ouvimos, de fato glorifica a Deus. Só não veremos isto plenamente até que Cristo volte. Então os filhos de Deus serão revelados – os que hoje tem a sua vida “oculta em Cristo”. A própria natureza geme por este dia (Ro.8). Não creio que seja possível reger uma sociedade nos caminhos de Deus, que não seja construída por discípulos de Cristo. Política cristã, portanto, diz respeito ao povo de Deus e não aos povos deste mundo (discussão longa, eu sei, mas é isto aí).
    3. Não vejo como seria possível o mundo viver de outra maneira da que vive hoje. O mal está solto. Leis e reinos vivem a lutar. Há tantos males sistêmicos que a cabeça gira só de pensar. Veja os filmes como “O Senhor das Armas”, “O Jardineiro Fiel”, e “Diamante de Sangue”, e “Tropa de Elite 1 & 2” e se verá sufocado num mar de maldade que dificilmente a alma aguenta, sem a graça de Deus.
    Mas:
    “Por essa causa também sofro, mas não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.” 2 Timóteo 1:12
    Na paz

  • Caro companheiro Walter Maclister,

    A paz amado!

    Tenho acompanhado seus vídeos. E tenho me alegrado com a sua necessária posição ao atual estado da igreja.

    Creio, que o nosso Deus, o está alimentando para estes últimos dias em que a responsabilidade é, e deve ser marcante na vjda de cada servo que sente o desejo de ser verdadeiramente um instrumento não na esfera política, mas na qualidade espiritual de um agente de Deus para conciliar o homem com o Criador.

    Realmente estão utilizando e catequisando os nossos jovens para uma postura de guerrilha, junto aos governos, em troca de posições naturais ao homem natural e não ao verdadeiro estado da igreja e as suas necessidades.

    O Senhor seja contigo, nobre pastor,

    O menor de todos os menores. Um Tradicional Pentecostal.

  • Paz Seja Contigo, Bispo Walter.

    Parabéns pelo tema, pois em suas palavras encontramos discernimento e sabedoria de quem analisa o suposto ativismo cristão de uma forma verdadeiramente bíblica.

    Tentarei expressar o que penso sobre o motivo de parte da igreja não querer ser Sal e Luz do mundo e, ao mesmo tempo ficar seduzida pelos movimentos humanistas e/ou políticos :

    1- Há uma tendência do ser humano em buscar o caminho mais fácil, ou seja, menos reflexivo e espiritual, daquele (Caminho) que exigiria a obediência ao Evangelho de Cristo.
    O processo contrário ao cristianismo e passivo de sedução, é justamente o enganjamento a esses pseudos movimentos.

    2- O processo ativo de sedução, seria justamente a atitude de alguns políticos que tem interesse nas massas evangélicas que, através de líderes evangélicos tem livre acesso aos seus respectivos púlpitos, para barganharem favores ou promessas em troca de votos.

    3- O processo mais preocupante da sedução ativa é, quando os próprios líderes evangélicos tomam a iniciativa de organizarem suas próprias marchas, que dizem ser para Jesus, mas que tem a intenção de promover suas bandeiras denominacionais; assim como, incentivar o movimentos gospel como massa de manobra em prol de seus interesses, quando não eleger seus próprios políticos ou de sua preferência,

    CONCLUSÃO:

    Creio sinceramente que, se os cristãos se empenhassem em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, conforme mandamento do Senhor Jesus, estariam mais despreendidos das coisas materiais e temporais, em prol de pregar as Boas Novas do Evangelho de Cristo, a partir de suas próprias vidas, ou seja, salgando e iluminando este mundo de trevas que está prestes ao Juízo Divino.

    Um abraço do Discípulo de Cristo,
    J.C. de Araújo Jorge

  • Caro Pastor Newton,
    Grato pelas palavras gentis. Somos irmãos e companheiros nestes dias tão difíceis. Que Deus nos ajude e vivifique a Sua Igreja.

  • Olá, reverendo!

    Concordo plenamente com as seguintes palavras:

    “O profeta é alguém que fala em nome de Deus. Ele traz uma mensagem do Senhor para os homens com o seguinte aviso: a terra é do Altíssimo e todos os que praticarem o mal serão julgados por Ele. Para que a voz seja de fato profética, quem fala tem que se pronunciar em nome de Deus e citando as suas palavras, com os devidos avisos de juízo divino. Em nenhum momento a voz profética se limita a denunciar o mal. Ao vasculhar as Escrituras, vemos que todos os profetas transmitiram mensagens claramente fundamentadas na aliança entre Deus e o seu povo. Mesmo quando profetas proferiram mensagens de juízo a países vizinhos a Israel, elas tiveram como base o fato de toda a terra pertencer a Deus, em virtude do fato de Ele tudo ter criado. Portanto os habitantes, reis, generais e outros iriam prestar contas a Deus por seus abusos, suas atrocidades e seus pecados… os profetas do Antigo Testamento foram levantados para falar aos reis de Israel e, consequentemente, para o povo de Deus, que tinha se afastado da aliança feita entre o Todo-Poderoso e os israelitas. Assim, vemos que toda voz profética é pautada por uma chamada de volta à aliança. A própria apresentação de Deus foi: “Eu sou o Senhor, seu Deus, que lhes tirou do Egito”. Ou seja, quem vos fala é quem vos salvou”.

    Sem dúvidas, antes de falarmos da missão profética da Igreja, é importante definir qual seria a função do profeta e muitos confundem isso. Mas é justamente dentro disso que eu não entendi como a transformação política pode não fazer parte desta missão profética. Como você mesmo disse “os profetas do Antigo Testamento foram levantados para falar aos reis de Israel …” Isso não é uma mensagem do Evangelho para a política? Vamos tomar o exemplo de Isaías:

    “Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra. Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse. Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas. A tua prata tornou-se em escórias, o teu vinho se misturou com água. Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, e anda atrás das recompensas; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva”. (Isaías 1.10-23)

    Aqui Isaías tem uma mensagem que não é só para a esfera religiosa da nação, para o culto, mas é uma mensagem também para o sistema político. Os governantes de Israel haviam se corrompido e a função do profeta era exigir que a política fosse purificada e não somente as atividades religiosas. Dentro disso, temos que pensar simplesmente que a corrupção política significa levar milhões ao sofrimento – algo que sabemos ser abominável diante de Deus e é a base da reclamação de Isaías na abertura do livro. E no decorrer do livro não vemos que a transformação política fazem parte das promessas de Deus para a vinda do Messias, Jesus Cristo em contraste com a iniquidade que vemos no primeiro capítulo?

    Há alguns anos li um livro interessantíssimo chamado “American Scenes and Christian Slavery”. Não sei se o senhor já teve a oportunidade de ler, mas recomendo. Pode ser comprado no Amazon, mas pode ser lido também gratuitamente aqui:

    http://www.gutenberg.org/cache/epub/10898/pg10898.html

    Foi escrito pelo pastor abolicionista britânico, Ebenezer Davies. Ele fez uma viagem pelos Estados Unidos para retratar como os cristãos e as igrejas americanas viam a causa abolicionista. Um dos trechos do livro que mais é chamaram atenção é quando ele cita a justificativa de um pastor batista de Nova Orleans para não denunciar o pecado social contra os negros: “Slavery is a political institution. As a Christian minister, I have nothing to do with politics. My business is to preach the Gospel, and try to save men’s souls”. Não é exatamente esse o posicionamento que está sendo advogado aqui diante de outros males? Como conciliar isso com aquilo que a Bíblia descreve como sendo a mensagem de Jesus Cristo?

    “O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes”. (Isaías 61.1-2)

    “E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão. Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude. Compadecer-se-á do pobre e do aflito, e salvará as almas dos necessitados. Libertará as suas almas do engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dele”. (Salmo 72:11-14)

    O que você acha das seguintes palavras do Reformador Protestante João Calvino em que ele fala da necessidade dos magistrados governarem com justiça?

    “Esta consideração deve exercitar continuamente aos próprios magistrados; uma vez que pode servir-lhes de forte estímulo, pelo qual sejam animados para sua atividade e trazer-lhes singular consolação, pela qual sejam aliviadas as dificuldades de seu ofício; as quais certamente são muitas e pesadas. Pois, quão grande zelo de integridade, de prudência, de mansuetude, de domínio próprio, de inocência devem aplicar a si próprios aqueles que forem constituídos MINISTROS DA DIVINA JUSTIÇA? Com que ousadia haverão de admitir a iniqüidade diante de seu tribunal, do qual aprendem ser O TRONO DO DEUS VIVO? Com que audácia haverão de pronunciar uma sentença injusta com essa boca que entendem ser um INSTRUMENTOS DESTINADOS À DIVINA VERDADE? Com que consciência haverão de assinar ímpios decretos com essa mão que sabem ser ordenada para registrarem-se OS ATOS DE DEUS? Em suma, caso se lembrassem de que são VIGÁRIOS DE DEUS, impõe-se que vigiem com todo cuidado, zelo, diligência, para que representem em si, aos homens, uma como que imagem da divina providência, proteção, bondade, benevolência e justiça…. E entre eles, merecidamente, deve valer muito esta exortação, pois, se cometem alguma falta, não só estão lesando aos homens, a quem celeradamente molestam, mas também estão sendo injustos para com o próprio Deus, cujos sacrossantos juízos poluem [Is 3.14,15]. Por outro lado, têm também donde claramente se consolem, enquanto refletem consigo que não estão engajados em ocupações profanas, nem alheias a um servo de Deus; pelo contrário, em UM OFÍCIO SANTÍSSIMO, visto que, de fato, a desempenham POR DELEGAÇÃO DE DEUS”. (João Calvino, Institutas da Religião Cristã)

    Obrigado pela atenção e que Deus abençoe ricamente seu ministério!

  • Desculpe pela caixa alta , é que já estava tarde e quando vi já tinha postado, eu mesma não gosto, a intenção não era gritar e muito menos desmerecer o senhor, sinto muito que o senhor tenha entendido dessa forma , eu só queria saber na posição do senhor o que fazer de fato então, determinar missão eu ? longe de mim, por isso escrevi para o senhor, e ao contrário do que o senhor disse que eu não o acho qualificado, se não fosse eu nem escreveria … o senhor sim é Bispo é qualificado para a missão , considero o senhor como bispo, mas não retiro meu posicionamento sobre os jovens da Igreja Nova Vida, sei que minha opinião não muda em nada o seu pensar, mas gosto do senhor assim mesmo, o conheci a pouco tempo pela rádio e pela internet, fica com Deus Bispo !!!

  • Caro Frank,
    Espero não desapontar com uma resposta sucinta. Mas a sua exposição foi ótima. Ela só reafirma o que chamo de voz profética. Se os ditos “profetas modernos” falassem com este tom, certamente não vejo porque não apontar esta mensagem aos poderosos malfeitores, inclusive do Estado. O problema é que não usam esta voz. Usam a linguagem de contestação e protesto – uma voz que é comum a todos e não característica da proclamação dos desígnios eternos de Deus, nem da sua soberania sobre todos. O fórum público é um lugar que só deve ser adentrada com a voz profética na qual, de fato, o Senhor e a Sua Palavra são citados como autoridade máxima. O que não podemos fazer é apenas abstrair princípios “cristãos” e, em nome do humano, razoável e democrático, fazer o que só a voz profética faz.
    O problema da voz profética, que diga João Batista, é que quem a usa pode acabar perdendo a cabeça, ou “cair no ridículo” ou ser considerado retrogrado, reacionário, ou anacrônico. Ninguém quer ser um “profeta” ignorado, e certamente não ridículo. Queremos que alguém nos autentique. Então celebramos quando jornais publicam as nossas palavras, ou associações seculares celebram a nossa “contribuição” com comendas ou placas na ONU. O problema que esta presença não tem qualquer tipo de risco. Todos fazem marchas: evangélicos, gays, maconheiros, e por aí vai. Ser mais uma manifestação nos coloca na lista dos paladinos de causas, mas em nada nos aproxima ao imperativo profético.
    Calvino vivia numa época na qual o Estado e a Igreja mantinham laços estreitos e discurso público compreendia um certo ambiente sacro (se bem que este ambiente era a norma e acabava sendo cooptado pelos corruptos e sanguinários). Em todo caso, as palavras de Calvino são pesadamente referenciadas pelas Escrituras e caem sob a rubrica de profecia – sim, no âmbito político. Se este tipo de discurso fosse levantado, meu artigo não seria contra e sim a favor de quem falasse ao poder com o Evangelho nos lábios.
    Obrigado pela excelente participação. Se houver mais qualquer coisa, disponha.

  • Hannah,
    Compreendo. Vamos redobrar os nossos esforços quanto à juventude, creia-me. Continuemos a falar e não deixe de responder quando assim desejar. Fique na paz.

  • Com certeza não foi para sermos políticos, pois, como um politico poderia discursar assim:
    Raça de víboras.

    Pedro Silva Filho
    Teologo.

  • Obrigado reverendo pela resposta!

    Gostei de suas análise e palavras!

  • Bispo Walter, boa tarde…Gostaria de expor minha perspectiva acerca da construção proposta pelo sr. Gostaria de deixar claro que entendo seu ponto de vista e o respeito totalmente. E gostaria de dialogar para que, juntos, possamos dirimir a questão ok?

    Irmãos em Cristo que levam a sério a profissão de sua fé vivem uma espécie de “dilema de uma dupla cidadania”. Vou explicar: De um lado eles pertencem ao reino de Deus, e do outro, são brasileiros. São “nova criatura” mas, vivem no meio da “velha humanidade”. A pergunta seria, Bispo Walter: Os jovens deveriam exercer uma cidadania e renunciar à outra? Penso que possivelmente deva existir discordância entre uma e outra, porém, a bíblia é muito clara em sua instrução…Ela diz: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
    Sendo assim, penso que se vivemos o “já” do Reino de Deus não estaríamos isolados deste mundo; “está entre vós” (Lucas 17:21). Em outras palavras, o Reino de Deus seria uma esfera, um nível de comprometimento, uma atitude e um modo de vida e pensar que permeia a toda nossa existência e que dá um sentido todo especial à esta “cidadania brasileira (trazendo a linha de raciocínio para o nosso contexto ok?). Penso na soberania de Deus invadindo, interagindo com o viver dos homens.
    Participar ou não da política? Eis a questão… A organização política da sociedade funciona como uma provisão do Senhor para uma sociedade afundada em pecados, completamente caída. Deus não pede que as pessoas corretas se distanciem do processo político de governo e deixem o controle sociopolítico e econômico nas mãos dos “malfeitores”. Os cristãos devem ser o sal e a luz do mundo social, e portanto não podem simplesmente se afastar do processo político. Sendo assim, tal abdicação é em si mesma uma ação política que abre o caminho para o controle político daqueles que não professam a fé cristã. Permanecer inerte seria, por aproximação, balisar o pecado, transformando-o no senhor da situação. Não sei se fui claro em meu raciocínio, e conto com a ajuda do sr., Bispo Walter, para elucidar tal questão mas, penso que com a minha leitura da bíblia, meu pouco conhecimento teológico e minha jovem visão de mundo, os cristãos poderiam usar sua “cidadania terrestre” para auxiliar a Igreja (sendo ele também, igreja!) no cumprimento de seu mandato divino e, conseguintemente, ajudar como indivíduos a atender às necessidades sociais gritantes.

    É isso Bispo. Mais uma vez, deixo clara a intenção de debater com o intúito de gerar e obter conhecimento.

    Respeitosamente.

  • José Junior,
    Cidadania é um conceito moderno. Surgiu junto com, e concomitante ao conceito do Estado Moderno, principalmente (se bem que já o império Romano havia esta figura de cidadão). Cidadania compreende direitos e deveres. Devemos cumprir com os nossos deveres e nos valer dos nossos direitos (como foi o caso de Paulo que se defendeu em virtude da sua condição de cidadão Romano).
    O que complica tudo é quando vemos a separação de Igreja e Estado (um conceito totalmente moderno) e as implicações da convivência e a negociação pluralista de várias religiões debaixo da mesma legislação. No mundo moderno “cristandade” não é plausível. Vemos estados inteiros sendo regidos por religião (haja vista o mundo muçulmano, que está ativamente tentando estirpar o cristianismo dos seus países) e outros que estão se secularizando rapidamente, mas que outrora foram “cristãos”. A crise da igreja atual é uma de perda de poder perante o avanço de agendas liberais. Esta revolução social que tem como seu expoente mais agressivo a Esquerda da academia (pessoas que nunca aparecem, mas que estão “dando as cartas”).
    Com a secularização da sociedade, em defesa do “bem” a Igreja está se secularizando, também, usando armas que não são da nossa milícia. Revolução cristã tem precedentes históricos. O pai dos Beneditinos transformou a Europa com apenas três disciplinas: Leitura Bíblica, oração e trabalho honesto. Isto pode acontecer de novo? Sim. Se o povo de Deus realmente lesse a sua Bíblia, realmente orasse e fosse realmente honesto, seríamos sal. Mas o que mais vemos são líderes e leigos que mentem, pecam, não leem a Bíblia, não oram, mas se engajam politicamente para “fazer uma diferença”. A Igreja que faria uma diferença no Brasil não existe hoje. Haja vista as brigas internas, a corrupção, os debates acéfalos e abusivos, e os absurdos esotéricos entre os neopentecostais (por sinal, a maior parcela da igreja brasileira), e os desigrejados (leigos e pastores feridos).
    Como podemos chamar os malfeitos à responsabilidade se os próprios líderes do “Povo de Deus” são tão corruptos quanto? É um quadro calamitoso, no mínimo.
    Teorias à parte, sou forçado a encarar a nossa realidade. Como disse os esquartejador, “vamos por partes”. O começo tem que ser a REFORMA da Igreja. Daqui a duas ou três gerações já poderemos ponderara o resto.
    Na paz.

  • Bispo Walter, perdão.
    Utilizei-me das aspas quando fiz uso do termo cidadania, por entender que o receptor da msg poderia enquadrá-lo como um anacronismo…Eu, enquanto historiador não poderia cometer tal equívoco. Perdão mas, minha intenção era apenas usar um termo adequado para que outros leitores pudessem compreender minhas ponderações…Desculpe-me por isso.
    Entendi sua perspectiva e, como disse anteriormente, respeito-a completamente. Penso apenas que uma igreja mundial, com milhares de instituições, muitos milhões de membros adultos e muitos interessados, não pode evitar contato com o Estado e o envolvimento político (e quando falo de política, não falo do CONGRESSO OU DO SENADO, mas, do universo político como um todo). Entendo sua leitura acerca da depravação da igreja de nossos dias e compartilho desta frustração. Porém, acredito que ainda existem pessoas, também organizações eclesiásticas, que possuem direitos e responsabilidades, que trafegam (com muita dificuldade, isso é verdade) numa seara de seriedade e compromisso com a causa do evangelho.Creio ser necessária a adoção de uma postura, a criação de uma estrutura, onde tudo aquilo que afete a missão da igreja seja confrontado dialéticamente (lembro-me que o senhor se desligou de um grupo a pouco tempo, onde a PROPOSTA INICAL caminhava por semelhante seara certo?). Porém, isso não se faz da maneira como temos observado e nisso Bispo, mais uma vez o sr está com a razão!
    Penso que a igreja não deve jamais (e jamais é um termo bem forte mesmo!!!) identificar-se com um partido político particular ou com um sistema político. Uma identificação tal pode de início trazer um privilégio temporário rápido, mas inevitavelmente arrastará a igreja pela rampa descendente que leva a uma paralisia de sua ação evangelística e profética. Em suma, “a igreja deve ser a igreja”, e não uma agência social. Sua iniciativa mais prometedora para mudar a sociedade é transformar indivíduos, gente. Enquanto cristãos, creio que devemos cumprir, numa estrada de mão dupla, a missão de Deus no mundo: evangelismo e serviço.

    Espero não ter sido desrespeitoso Bispo…Essa interação é muito boa e este é um dos poucos espaços onde podemos fazê-lo de maneira adequada, em nível adequado. Muito obrigado por esta oportunidade e, que o Pai dê a devida manutenção à este desejo de serví-Lo ininterruptamente.

    Paz e bem Bispo Walter!

  • Eu que sou grato por todos os comentários feitos (pelo menos os não-abusivos, que nem publico). De fato, temos que ponderar tudo isto e continuar a pensar, servir a Deus com toda a nossa mente, toda a nossa força. Louvo a Deus que as minhas poucas palavras estejam provocando uma reflexão séria em torno das coisas de Deus e dos rumos da Igreja. Continuemos irmão!

  • Bispo Walter, ainda não tive condições de fazer um bom seminário
    mas ler os teus artigos e os bons comentários dos irmãos a respeito deles, tem me ajudado muito a renovar minha mente depois de anos de neo-pentencostalismo. Estou tentando continuar sendo pentencostal sem os ranços dos neo-pentencostais. Que o Senhor me ajude!

  • Só li esse texto hoje, dia 03. Concordo com as suas palavras, elas estão em sintonia com um livro que estou quase acabando de ler: Cristianismo Diabólico. O senhor já leu? Se não, acrescente-o nas suas leituras. É muito forte.
    Paz,
    @MoraneB

  • Amados irmãos, A Paz do Senhor!

    Sou obreira da ICNV Jardim Bangu – RJ afiliada a congregação do Jabour e gostaria de dizer que visitei este blog para conhecer e saber mais sobre o sr. bispo, e fiquei muito feliz em saber dos seus pontos de vista sobre estes acontecimentos, pois pude ter um esclarecimento maior depois desta visita por aqui. Entretanto, gostaria de abrir mais um tópico para esta questão: Quando começou estes movimentos dos evangélicos/políticos de irem às ruas para defender as demais causas e não o Reino, achei até interessante, por que eu acreditava que um dos objetivos em defender a causa é mostrar a sociedade que “não somos mais” um povo leigo e que se cala no meio disso tudo, mas, por falta de informação não havia me despertado que o mais importante é lutar pelo Reino, e que esse tem que ser o nosso principal objetivo. Sou jovem, tenho 29 anos e a impressão que eu tenho, é que os jovens cristãos encontraram nesses protestos algum motivo para voltar a sair as ruas, ainda que a causa principal não seja o Reino infelizmente. Vou deixar aqui o meu lamento em relação a isso: Se os jovens cristãos usassem dessa mesma força para proclamar o Reino, para orar e interceder pelo Brasil, para fazer a diferença com as nossas atitudes literalmente e não só de fachada, a nossa nação já teria sido sacudida pelo Evangelho, se realmente deixássemos as coisas deste mundo de lado, os programas de TV que não edificam e etc, nós seríamos cristãos bem melhores. Confesso que tenho falado muito com Deus sobre isso. Lamento por que parece que a nossa juventude de 10 ou 15 anos atrás parecia ter mais temor a Deus. Um grande abraço a todos, e que Deus nos abençoe.