Precisa-se de gente que pensa

O cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de neurônios, ligados por mais de 10,000 conexões sinápticas cada. Esses neurônios comunicam-se por meio de fibras protoplasmáticas chamadas axônio, que conduzem pulsos em sinais chamados potencial de ação para partes distantes do cérebro e do corpo e as encaminham para serem recebidas por células específicas (fonte: wikipédia).

Além da função orgânica, o cérebro está relacionado com atividades criativas, posturas e reações emocionais, com o exercício da vontade e da intelectualidade. Filosoficamente, ele é a peça principal do que chamamos de mente. Mas, é sabido e comprovado, que a esmagadora maioria das pessoas utiliza uma pequena fração de todo potencial disponível desse maravilhoso órgão. Resumidamente e em linguagem popular, usamos pouco a cabeça. E embora sejamos classificados como seres racionais, o título correto talvez fosse emocionais.

Basta olharmos a volta para constatarmos que pensar não é o nosso ponto mais forte. Por exemplo: É racional, com toda informação disponível, alguém voluntariamente usar drogas; ou ser um consumidor de tabaco; ou envolver-se com a criminalidade (e eu poderia prosseguir)? O que leva alguém a jogar-se nos braços de processos destrutivos, sejam eles de que natureza for, e ao não exercício do pensamento, à voluntária indolência mental? Pois, esta desistência da arte de construir a partir do pensar, é o maior desperdício da humanidade desde sempre. Mas, por que pensamos tão pouco? Por que a Bíblia tem um livro todo (Provérbios) dedicado ao estímulo do pensamento e da observação, com o fim de se alcançar um estado de vida sábia? Porque a sociedade e principalmente a Igreja, entre todas as instituições, necessita de quem tenha a cabeça no lugar.

Jesus foi chamado de Rabbi, um título conferido a nobres mestres judeus que tinham algo de relevante para ensinar e proclamar. Isto sugere que o ministério de Jesus tinha contornos cognitivos. Em outras palavras, o Evangelho é um dos maiores estimulantes ao exercício do pensamento e da imaginação. Mas, por que a igreja pensa tão pouco? Qual a razão dessa apatia mental que leva multidões a endossar a construção de uma réplica do templo de Salomão no Brasil? Qual a razão para seres humanos cristãos, feitos para pensar, desprezarem os conteúdos escriturísticos para seguirem oradores interesseiros e cuja motivação não pode ser escondida? É que os processos que regem, tanto a insanidade para o vício quanto para o ludíbrio, são os mesmos; e à raiz de todos eles está o não exercício do pensamento.

Incrível é que esta absurda tolice que premia com destruição aos que não pensam, empolera-se nos púlpitos cristãos (para nossa vergonha) e emproa-se feito galo-garnizé, numa clara exibição e ritual de sacrifício do próprio cérebro. O Evangelho é uma fonte reflexiva sobre o reino de Deus aqui e além, sobre a maneira de Deus governar e exercer Seu senhorio sobre seus filhos. Reduzi-lo a uma ferramenta de autopromoção e enriquecimento é no mínimo imoral.

Cristãos, pensem. Compreendam que Jesus ordenou: “Ide e fazei discípulos (aprendizes de Cristo) de todas as nações, ensinando-os a guardar O QUE TAMBÉM VOS ENSINEI”. Esta é a missão de todo cristão: repetir com fidelidade e graça o ensino de Cristo. Mas, tanto para ensinar quanto para aprender, precisa-se de GENTE QUE PENSA. Ele pode contar com você?

Pense!

Com amor e carinho

Pr. Weber