“Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus.” (Sl 8.1,2)
Quando falamos de Deus, de quem estamos falando? Quando nos referimos a Ele, desconfio que, na maioria das vezes, o fazemos sem realmente perceber de quem estamos falando. O Senhor certamente é alguém que foge de tudo o que possamos imaginar. Deus é insondável, inescrutável, majestoso, eterno. Ele nunca teve início e nunca terá fim. De eternidade a eternidade Ele é. Absoluta luz, perfeito em absolutamente tudo. Irrepreensivelmente justo. Incompreensivelmente bom. Seu conhecimento é total, a ponto de saber o número de grãos de areia que há no mundo inteiro. O Senhor sabe, até o último mililitro, quanta água há no planeta, somando rios, riachos, lagos e mares. Ele conhece intimamente a história de cada pessoa que já andou ou que virá a andar sobre a face da terra – seus anseios, suas dores, suas alegrias, seus pecados. Para cada estrela, sol e planeta Ele escolheu um lugar no universo. Deus determinou a velocidade de sua órbita; determinou o seu tamanho, a composição da sua atmosfera. E mais:
“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa…” (Hb 1.1-3a).
Ouço poetas, filósofos e psicólogos especularem sobre Deus. Questionam a sã doutrina bíblica devido à imagem que supõem ter do Senhor. Chegam a questionar a veracidade, para não falar da inerrância da Palavra que esse Deus nos concedeu. Mas… será que na sua revelação clara e específica o Senhor não teria como nos transmitir um retrato fiel de quem Ele é? Será que o Deus que, com uma palavra, lançou Júpiter na sua trajetória celestial, junto com mais um milhão de planetas ainda maiores, não tem como nos deixar um relato fiel e verdadeiro de tudo o que precisamos saber sobre a vida e a salvação com excelência e fidelidade? Será que nós, meros homens, criados do pó, podemos ofuscar ou obscurecer essa revelação de Deus? Será que Moisés seria capaz de frustrar Deus, escrevendo algo que não fosse uma representação fiel de tudo o que Ele queria nos mostrar? Será que Mateus, Marcos, Lucas e João seriam instrumentos tão voluntariosos que poderiam impedir que o Filho, “o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser”, ficaria confundido pelas suas falhas?
Duvido.
Quando me pego a pensar em Deus – não o “deus” dos poetas e filósofos, nem o “deus” dos psicólogos e sociólogos (com todo o respeito que merecem) – paro. Quando paro e penso, meu coração hesita, meus lábios tremem, minha mente se depara com a infinita imensidão de quem já se revelou por meio das Sagradas Letras. Toda vã especulação cai por terra. Todas as teorias sobre o que os homens pensam a respeito de Deus me soam como um playground repleto de crianças que, ainda sem dominar a língua, balbuciam sobre coisas que extrapolam suas mentes desinformadas. Ou como adolescentes que afirmam, na certeza da sua força física, o quanto vão mudar o mundo – um mundo que nem compreendem.
Então segue a minha pergunta, a mesma que o salmista fez: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes?” (Sl 8.3,4)
Como somos pequenos! Como somos insignificantes! No entanto Deus nos amou de tal maneira “que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Tremo e, em silêncio, a minha gratidão parece pífia perante a majestade do Seu nome.
Tantos debates. Tantas vozes. Tantas brigas. Para quê? Ah, se tão somente fôssemos mordomos fiéis das Sagradas Letras e nos rendêssemos ao que dizem. Tudo seria tão diferente…
Na paz,
+W