Início / Artigos / Sabichões

Sabichões

sabichoesEste é um tempo em que todos parecem saber tudo a respeito de tudo. Vender a imagem de alguém bem informado e conectado com os desdobramentos dos fatos que merecem figurar na história recente, é quase uma obrigação, aliás, uma obrigação da qual poucos reclamam. Se por um lado é muito bom ver pessoas interessadas em mergulhar mais fundo em suas áreas de interesse, por outro, cresce em mim uma sensível preocupação com tudo isto.

Observo uma leve soberba comportamental em crianças, adolescentes e adultos. Como informação virou objeto de admiração e item importante para se conquistar respeito, falar o que se pensa saber tornou-se mais importante do que ouvir, refletir e ponderar. É por causa disso que corremos o perigo de emburrecer: ter a cabeça cheia de informação e não saber o que fazer com toda esta bagagem.

Informação sem aplicação não presta pra nada. Do que vale saber as leis de Newton se não se conseguir encontrar aplicação para tais informações? Qual é o sentido de se conhecer os principais fatos da história se não tiver a habilidade de interliga-los e intrepreta-los? Portanto, toda informação, todo conhecimento, precisa ser processado nos fornos da reflexão e do pensamento, caso contrário, não seremos muito diferentes de um papagaio.

No contexto da fé o comportamento não é diferente. Há um interesse por acumular informação, mas a maioria não sabe como aplicar tudo que ouve à sua prática de vida. Por conta disso, observamos famílias chamadas cristãs totalmente destruídas; casamentos destruídos; desprezo às virtudes e valores cristãos; um descompromisso assustador e sinais evidentes de uma apostasia dos princípios fundamentais da fé, que faz qualquer pastor minimamente generoso chorar.

Informação sem aplicação é investimento no retrocesso da inteligência. Ouvir e não viver é cavar a própria sepultura espiritual. Quantas vezes, ao abordar minhas próprias ovelhas na tentativa de exercer um pastorado mais discipulador e orientador, sou surpreendido por inúmeros “eu sei” e “eu já sabia”. Ninguém quer passar por desinformado, é uma tendência cultural. O que minhas ovelhas e a cristandade em geral não está conseguindo atinar, é que as informações não estão evoluindo para a aplicação. Os frutos revelam isso, a vida revela isso…

Chamem do que quiser, mas este comportamento é arrogante e “emburrecedor”. Deveríamos parar um pouco mais para refletir, atinar e decidir com mais sabedoria.

Com amor e carinho!

Pr. Weber

Leia também

leia+6

A leitura inspecional Parte 3 | por Gabriel Carvalho

Dando sequência à nossa série de textos “Leia mais e melhor”, finalizaremos neste texto as …