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Série “As sete leis do ensino” – 7) A lei da preparação

Chegamos ao fim dessa série de textos abordando as leis do ensino, baseado no livro “Ensinando para transformar vidas”, de Howard Hendricks. Nossa tarefa hoje é abordar a sétima lei, apelidada pelo autor de “lei da preparação”. Segundo ele, essa lei pode ser resumida na seguinte frase: “O ensino é mais eficiente quando tanto o professor quanto o aluno estão bem preparados”. Pode parecer algo óbvio, principalmente quando falamos da preparação do professor, mas nem sempre isso é tranquilo de se pôr em prática.

Um primeiro aspecto prático destacado pelo autor é que não existe “pergunta boba” em sala. Ele chega a afirmar que a única “pergunta boba” é aquela que não é feita pelo aluno. Muitos aprendizes têm medo de perguntarem algo “bobo” e se tornarem alvo de ridicularização ou vítima de olhares recriminadores, mas a verdade é que, quase sempre, a pergunta feita ajudará um outro aluno da classe que também estava com vergonha de perguntar. A coragem de um aluno acabará contribuindo para o benefício de aprendizado dos demais. E isso é boa preparação.

Como já mencionado, é mais óbvio pensar em preparação do professor. Esse é um requisito essencial para a própria vocação magisterial. O professor que não se prepara simplesmente não leciona – ele pode achar que está ensinando, mas na verdade suas palavras se tornam inócuas. A preparação é intrínseca ao ofício do professor. Essa preparação deve se pautar em “três C’s”: convicta, constante e crescente. O professor deve ter total convicção de sua preparação, deve fazê-la de forma habitual, e cada vez mais profunda e elucidativa.

Quanto à preparação dos alunos, é importante traçar algumas alternativas práticas. A primeira delas é o incentivo a fazer anotações. É notório que nosso cérebro não consegue absorver a integralidade (ou nem mesmo a maioria) das informações ditas em sala de aula. Portanto, o hábito de tomar nota do conteúdo aprendido é importante para a fixação do conteúdo e consequente melhor preparação do aluno. Isso implica o fato de que o aprendizado vai além do período em sala – ele deve transbordar para um estudo diligente e focado em casa, de forma individual, revisando os pontos abordados. Esse tipo de atitude colabora e muito para uma melhor preparação do aluno.

Outra importante função preparatória é o conhecido, temido por muitos, adorados por poucos, universalmente comentado… o trabalho de casa. Mas, de fato, qual é a função do trabalho de casa? Somente adiar o momento de lazer ou ócio? É um castigo aplicado pelo professor? Na verdade, há uma lógica de preparação muito interessante nas tarefas domésticas aplicadas pelo mestre: é o conceito do pensamento em movimento, que gera a independência.

O trabalho de casa é uma das melhores formas de manter aquele conhecimento adquirido em sala continuamente “em movimento”. Caso esse aprendizado “estacione” na mente, a probabilidade de esquecê-lo ou ignorá-lo se torna maior. Fazer lição de casa é uma forma de independência cognitiva, que gera uma melhor preparação para o aluno.

O que essa (e todas as outras) leis do ensino buscam? Um melhor aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem, uma melhor experiência em sala de aula, tornar os períodos de aula em momentos mais proveitosos, relevantes e atrativos. O conhecimento é essencial, mas o que o torna desinteressante é a forma como é apresentado. Os alunos estão expostos a grandes minas de ouro, mas muitos mestres não os informam disso!

Que com essas leis possamos crescer em nossas vocações magisteriais, trabalhando arduamente para que nossos aprendizes tenham melhores experiências de ensino, e possam crescer dia após dia, tornando-se homens e mulheres de Deus, que façam a diferença na sociedade, onde quer que estejam, brilhando e iluminando as pessoas ao seu redor. Deus abençoe a sua vida!

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