É isto mesmo que você ouviu. Estou com Tensão Pré-Ministerial. Há algo que acontece antes de começar uma conferência, pregar numa igreja nova ou visitar um evento e ser responsável pela palavra pregada. Nosso lado humano conflita com nosso espírito. Muitas coisas se passam pela nossa cabeça e por nosso coração.
Uma delas, e aqui faço uma confissão, é que não queremos “fazer feio”. Especialmente onde há pregadores agregados; ser um deles acrescenta uma certa pressão sobre nós. É inegável que todos seremos julgados. Nem todos os que assistem se limitam a ouvir de Deus. Muitos olham para os preletores e fazem suas anotações mentais para depois comentar com os amigos se gostaram mais de um ou de outro, o que foi dito, o que aprenderam. Já fiz isso.
Eu poderia dizer que meu coração palpita somente para a honra e glória de Deus. Que em mim não há um pingo de vaidade ou orgulho. Mas aí eu estaria mentindo. Estaria dando uma de santarrão. Não é que eu não seja espiritual. É que não sou… apenas… espiritual. Sou uma coleção de sentimentos e motivações contraditórias. Quero ser uma benção. Quero agradar a Deus. Quero ser fiel ao chamado. Quero fazer bonito, confesso. Criatura miserável que sou. Olho no espelho e reconheço que sou um mísero pecador. Sou um ser frágil e cheio de coisas das quais não tenho orgulho.
Faço o que então? Vou negar que sinto essas coisas? Não. Vou fazer o que as Escrituras me ensinam. Vou trazer todos os pensamentos cativos a Cristo. Vou confessar. Vou reconhecer o que há em mim, deixar tudo no altar e servi-lo com todas as minhas falhas e fraquezas e esperar que nenhuma delas seja um empecilho para a glória daquele que me salvou.
Claro que, no meio de tudo isso. O inimigo das nossas almas faz a sua festa. Com setas inflamadas ele tenta rasgar a minha alma com inseguranças, lembranças de erros passados, acusações de que eu não sou ninguém para me levantar e expor as Sagradas Letras.
Tensão… pré-ministerial. Acontece toda vez que me disponho a obedecer a sagrada vocação. Sem misericórdia deste mísero pecador, nada posso fazer. Sem Cristo e sem a operação soberana do Espírito Santo serei inútil. Aliás, é isso que sou – um servo inútil. Sou a ferramenta. Ele é quem me toma nas mãos e faz o que quer. Toda honra e glória sejam dele.
No fundo, é isso que quero. Quero, de todo coração.
Na paz,
+W